Alcançar uma segunda vitória neste Mundial depois do triunfo na Catalunha surge nesta fase como meta complicada de atingir mas, comparando a atual temporada com a última época, Miguel Oliveira voltava ao circuito Marco Simoncelli, em Misano, com a possibilidade de colocar a primeira mudança para pelo menos três objetivos ainda alcançáveis nas últimas três corridas de 2021: chegar ao nono lugar ou melhorar essa posição; tentar somar 33 pontos que igualassem os 125 do ano passado; reduzir a atual desvantagem de 36 pontos para o companheiro de equipa na KTM,  Brad Binder. E os primeiros sinais foram positivos.

Miguel Oliveira em quinto nos primeiros treinos livres no GP da Emilia Romagna

Depois do 11.º lugar no Grande Prémio das Américas, a melhor classificação desde o quinto posto em Assen no final de junho, o português adaptou-se bem à chuva que marcou as primeiras sessões de treinos livres e terminou o dia inicial do Grande Prémio da Emilia Romagna com o quinto melhor registo, apenas atrás de Jack Miller e Johann Zarco, os dois mais rápidos, Aleix Espargaró e o surpreendente Iker Lecuona. Há muito que o Falcão não voava tão próximo dos lugares cimeiros mas nem por isso deixou de manter os pés bem assentes na terra, fazendo um alerta em relação à necessidade de manter o ritmo com pista seca.

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“Foi um dia com condições de chuva mas senti-me bem com a moto desde o início. O piso ficou um pouco mais seco à tarde e, no final, consegui ir mais rápido. Fizemos umas boas voltas com bom ritmo e amanhã [sábado] teremos de ser também rápidos, na adaptação às condições de pista que encontramos no terceiro treino livre, por forma a podermos qualificar diretamente para a Q2. Esperamos que os próximos dois dias sejam secos para que possamos ajustar a moto. Estou satisfeito com o trabalho que foi feito até agora”, comentou à sua assessoria de imprensa no final do primeiro dia de treinos em Misano.

Assim foi, ainda que sem se livrar de um susto: numa altura em que estava na frente da terceira sessão de treinos livres, realizada de novo com a pista muito molhada, Miguel Oliveira teve uma aparatosa queda que ficou como um dos momentos da manhã mas sem que isso impedisse uma entrada tranquila na Q2 como desejava, com o quarto melhor registo (1.40,832) apenas atrás de Johann Zarco (1.40,384), Jorge Martín (1.40,471) e Jack Miller (1.40,520). Lá atrás, como grandes surpresas, Fabio Quartararo falhou pela primeira vez a entrada na Q2 esta temporada tal como o seu principal adversário, Pecco Bagnaia.

O piloto da Ducati ainda conseguiu depois apurar-se na Q1, ao contrário do líder do Mundial, que saía da posição mais recuada de 2021. Já em relação a Miguel Oliveira, conseguiu pela oitava vez em 16 corridas chegar à Q2, tendo como referência o melhor período do ano em que acabou quatro vezes consecutivas entre o quarto e o sétimo melhor registos de qualificação. Era isso que iria tentar repetir agora, numa pista que não apresentava as melhores condições como se percebeu pelas ameaças de queda (Marc Márquez) ou mesmo quedas, como aconteceria com Jorge Martín, um dos mais rápidos em Misano.

Depois de um arranque mais “tímido”, marcando um sexto melhor tempo que baixou depois para nono, o português fixou a quatro minutos e meio do final o terceiro registo que o colocava na primeira linha da grelha de partida, desceu depois para quinto atrás de Bagnaia, Miller, Pol Espargaró e Marc Márquez e subiu à quarta posição logo na volta seguinte superando o espanhol da Honda, voltando a seguir a superar e a ser superado pelo antigo companheiro de equipa na KTM. Já nos instantes finais, Luca Marini colocou uma primeira linha da grelha 100% da Ducati e relegou Miguel Oliveira para quinto, naquela que foi ainda assim a terceira melhor qualificação de sempre no MotoGP apenas atrás da pole no Algarve em 2020 e da quarta posição alcançada este ano na Catalunha, onde somaria depois a única vitória do ano.