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Águia voou devagar mas ultrapassou a "fortaleza" no último suspiro (a crónica do Vizela-Benfica)

Este artigo tem mais de 2 anos

O Benfica ganhou este domingo no campo do Vizela com um golo de Rafa aos 90+8'. Equipa de Jorge Jesus podia e devia ter feito mais perante um excelente adversário, que aguentou quase até ao fim.

Guarda-redes Charles esteve em bom plano
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Guarda-redes Charles esteve em bom plano

EPA

Guarda-redes Charles esteve em bom plano

EPA

Trinta e sete anos depois o Benfica voltava este domingo ao campo do Vizela para o campeonato, depois de uma derrota pesada no Estádio da Luz frente ao Bayern Munique (0-4), num jogo para a Liga dos Campeões. Nesse encontro, os encarnados ainda aguentaram 70 minutos, com um jogo sólido, mas o descalabro que adveio dos golos alemães chegaria pouco depois. Assim, para o jogo desta tarde, ficava uma certa dúvida sobre a capacidade mental (mas também física) dos encarnados para defrontar uma equipa do Vizela que não perdia há seis jogos e ainda não tinha perdido em casa esta temporada. Com cinco empates consecutivos para a Primeira Liga, a equipa de Álvaro Pacheco tinha pouco a perder, com a responsabilidade a estar toda do lado dos pupilos de Jorge Jesus.

E foi o próprio treinador do Benfica a admitir que a equipa, que perdeu o último jogo do campeonato, em casa, frente ao Portimonense, atravessava “o momento mais difícil” desta temporada. “Uma equipa que não sabia o que era perder, não ganhando há dois jogos, é o pior período de todos os momentos que o Benfica teve neste início de época. Isso é uma realidade e não podemos fugir dela”, disse JJ, focado no “jogo a jogo”.

“Se não ganhaste estes últimos três jogos, já não estás tão forte como estavas, porque vinhas a ganhar os jogos todos. Agora, vais tentar é inverter novamente. Como? Ganhando ao Vizela e os jogos que se seguem. Mas o mais importante é este, que é o Vizela”, acrescentou, admitindo que “psicologicamente, é verdade que perder é sempre perder, nunca é bom”. Mas o treinador do Benfica disse também que a equipa foi preparada “mais teoricamente e mentalmente”, sendo “mais difícil recuperar fisicamente” os seus atletas.

Sobre o adversário, Jorge Jesus disse que “é normal que pensem que têm a possibilidade de pontuar com o Benfica. Agora, também é verdade que o Vizela é forte em casa, ainda não perdeu, mas o Benfica também é forte fora. Se formos por aí, o Benfica ainda não perdeu fora. As duas derrotas que tem são em casa”.

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Chegado então o jogo, não será surpresa que o Benfica assumiu maioritariamente a bola, isto durante toda a primeira parte, mas os cerca de 65% de posse não se refletiam em qualidade de jogo, nem velocidade, nem agressividade. Aliás, mesmo em momento defensivo e de reação à perda da bola, não havia também a tal velocidade e agressividade que poderia atrapalhar mais os jogadores do Vizela, que não defendia num bloco baixo logo ao início da construção encarnada. Em momentos foi obrigado a descer, claro, com o Benfica a manter uma posse algo infértil, mas esteve sempre muito bem, sobretudo a fechar o jogo por dentro. Os encarnados insistiram nesse jogo interior e tiravam pouco proveito, mesmo que por vezes a bola viesse à esquerda, para Grimaldo. É verdade que as combinações no meio, principalmente com Rafa (que esteve apagado), costumam ser letais para os adversários, mas é preciso fazer balançar o adversário de vez em quando, algo que os jogadores de Jorge Jesus não conseguiram.

Quanto a oportunidades de golo, o primeiro lance de algum frisson foi de Darwin, que ultrapassou o guarda-redes Charles mas ficou muito para a esquerda da área e a jogada morreu. Ainda no mesmo minuto, Vlachodimos facilitou com bola, acertou em Schettine e o esférico sobrou para Samu. O guarda-redes grego saiu para uma boa mancha e evitou males maiores. Estavam então decorridos 10 minutos. Em alguns momentos o Vizela até conseguiu ter bola no meio-campo adversário e conseguiu remates e cruzamentos muito perigosos que deixaram Jorge Jesus nervoso certamente. A maior oportunidade encarnada foi aos 30′, quando Diogo Gonçalves chutou de primeira para um grande golo, que Charles negou com uma excelente defesa. O intervalo chegaria um quarto de hora depois e ficou claro que a oportunidade não animou as águias, que mantinham alguma lentidão.

No segundo tempo o Benfica entrou melhor e obrigou o Vizela a recuar mais um pouco, conseguindo assim criar algumas oportunidades, curiosamente pela direita, o flanco que tinha sido quase completamente esquecido na primeira parte. Diogo Gonçalves obrigou Charles a uma boa defesa e poucos minutos depois o guarda-redes brasileiro fez mesmo uma grande defesa após um cabeceamento de Darwin. Mas se é verdade que os encarnados entraram um pouco mais rápidos, igualmente veloz era o relógio, que avançava e avançava sem a equipa forasteira voltar a criar grande perigo. Aliás, foi o Vizela a criar perigo sensivelmente à hora de jogo: Samu roubou a bola a Weigl e o lance tornou-se automaticamente perigoso, Schettine podia ter rematado em zona frontal mas escolheu dar a Nuno Moreira, que já acertou numa muralha encarnada.

O Benfica ficou morno novamente e a faltar vinte minutos para o final Jorge Jesus lança no jogo Radonjic, em estreia na I Liga, Gonçalo Ramos e Everton, saindo Grimaldo (que pareceu estar cansado), Yaremchuk e Diogo Gonçalves, que até estava em bom plano na segunda parte. Era a tentativa do treinador do Benfica de meter mais gente na frente e procurar mais, mas acima de tudo melhor. Nem uma coisa, nem outra e os encarnados viam o relógio a andar de forma perigosa. Jorge Jesus arriscou, mas a partir dos 85′, sensivelmente, o Vizela conseguiu levar o jogo para o lado encarnado do campo e já todos esperavam o empate, que afinal não se manteve… Muito devido a uma escorregadela.

Samu, médio do Vizela, escorregou quando tinha a bola ainda no seu meio-campo e esta foi acabar nos pés de Pizzi, à direita. O médio português cruzou ao segundo poste e Rafa entrou de rompante ao segundo poste, fazendo o golo encarnado aos 90+8′ (!). O Benfica aproveitou a subida dos elementos do Vizela, que estavam entusiasmados com o decorrer do jogo, mas acabaram por deixar a equipa muito partida. Demasiado partida. E isso custou-lhes um ponto na sua fortaleza, onde ainda não tinham perdido.

Estava à vista a continuação do “momento mais difícil” da época, mas a equipa de Jorge Jesus acreditou até ao fim, saindo viva de Vizela, perante a equipa de Álvaro Pacheco, que foi corajosa e tem muito mérito nas dificuldades sentidas pelas águias. Perante os seus barulhentos adeptos, que não pararam de cantar durante o encontro, os jogadores vizelenses acabariam por perder, mas não deixaram de ser ovacionados. Quanto ao Benfica, guarda a liderança até à próxima jornada.

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