Um total de 296 pessoas resgatadas nos últimos dias pelo navio Geo Barents, da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), e outras 105 a bordo do Aita Mari desde terça-feira, aguardam autorização de um país europeu para desembarcarem.

“Neste momento, 296 pessoas estão sãs e salvas a bordo do Geo Barents. Entre elas, estão muitas mulheres e crianças. A equipa do MSF está a dar assistência médica e apoio psicológico”, escreveu a organização humanitária nas redes sociais.

O navio realizou várias tentativas de resgate nos últimos dias, a primeira das quais na sexta-feira, quando salvou 36 migrantes, incluindo 15 menores, que navegavam num barco de madeira flutuante no Mediterrâneo.

Depois, realizou mais três, a última das quais no sábado, quando resgatou 95 pessoas.

No mar está o navio Aita Mari, da Humanitarian Maritime Rescue (SHM), que, desde terça-feira, transportou 105 migrantes a bordo e que, nas últimas horas, tentou resguardar-se das fortes ondas perto das águas de Malta, mas as autoridades deste país pediram, no sábado, que partisse.

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“Depois de uma noite agitada pelo temporal, agora esperamos fortes aguaceiros pela tarde. Até quando? Onde está humanidade, solidariedade e harmonia? É difícil ser europeu diante dessas 105 pessoas que são vítimas de torturas e maus-tratos”, escreveu este domingo a organização nas redes sociais.

O papa Francisco pediu este domingo à comunidade internacional um acordo comum e duradouro para gerir os fluxos migratórios que chegam à Europa através do Mar Mediterrâneo e para pôr fim ao retorno dessas pessoas a países inseguros.

“Transmito a minha solidariedade aos milhares de migrantes, refugiados e outros necessitados de proteção na Líbia. Nunca me esqueço, ouço os vossos gritos e rezo por vós”, disse Francisco, após a oração do Angelus.

O papa condenou que “homens, mulheres e crianças sejam submetidos a uma violência desumana” e, por isso, pediu “mais uma vez à comunidade internacional que cumpra as promessas de encontrar soluções comuns, concretas e duradouras para a gestão dos fluxos migratórios na Líbia e no Mediterrâneo”.