Se a diversão se conseguisse medir em números, provavelmente seriam 24 cabines panorâmicas, mais de 550 passageiros numa só hora e milhares de prémios à disposição. A Roda Gigante do Rock in Rio Lisboa já tinha sob a sua alçada a vista mais desafogada e ampla sobre a Cidade do Rock, mas regressa renovada, mais multifacetada e imersiva, à 9.ª edição do festival de música, que volta ao Parque da Bela Vista, em Lisboa, nos dias 18, 19, 25 e 26 de junho de 2022.

Sob o lema fun’n’roll, à entrada da roda, começam logo as novidades, com direito a passadeira – não vermelha, mas em tons fúcsia – e a estreia do piloto António Félix da Costa como DJ. Depois, cada cabine tem a sua própria fragrância e uma decoração única e irrepetível (com temas que vão da dance music aos anos 1980 e 1990, passando pelo tiro-liro-liro português, a música latina, a pop, a estética americana dos anos 1950 e até a oportunidade de plantar uma árvore no interior), podendo tirar-se fotografias e selecionar uma playlist musical ao gosto de cada um.

Há ainda surpresas como a presença de músicos e influenciadores digitais nas cabines, e a oferta de milhares de prémios sorteados ao longo dos quatro dias (de visitas aos bastidores a refeições e rodadas de cerveja). Certo está, também, o fim das filas de espera, com o agendamento digital obrigatório em 2022. A cereja no topo do bolo – ou da roda, neste caso – está no carro elétrico, que vai ser oferecido a um dos passageiros da Roda Gigante — ou não fosse esta uma parceria com a plataforma de venda de carros usados certificados PiscaPisca.pt.

Uma parceria unida pela música

“A roda volta revolucionária. Historicamente, é das atrações mais relembradas do festival. As pessoas saem de lá fascinadas. Mas só tinha impacto num sentido, o do olhar. Pensámos: ‘Como é que podemos elevar a experiência?’ Foi aí que nasceu o processo criativo”, explica ao Observador Lab Roberta Medina, vice-presidente-executiva do Rock in Rio. Para o novo desafio, precisaram de um parceiro “divertido, ousado e criativo”, acrescenta.

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Paulo Figueiredo, diretor do PiscaPisca.pt — a marca que nasceu há cerca de ano e meio, em vésperas da chegada da pandemia —, admite que esta parceria traz uma “enorme responsabilidade”, mas explica que “a maior proximidade com o público é importante”. “O Rock in Rio é transversal, para todas as idades. A nossa forma de comunicar é disruptiva, falamos uma linguagem para todos. O setor dos carros usados é, por norma, cinzento e masculino. Nós trouxemos o fúcsia e o azul. Queremos crescer em notoriedade e dar a conhecer o que é o PiscaPisca e as experiências que vamos proporcionar. Temos a música em comum com o festival. A nossa campanha começou com música”, afirma o responsável, referindo-se ao tema de Ruth Marlene que entoou pelo anúncio de lançamento.

Sobre o novo projeto com apenas 18 meses de vida, Paulo Figueiredo explica estar satisfeito com o feedback, até porque a montra online de automóvel usados já se tornou numa das plataformas com maior número de carros usados certificados. “Já temos mais de 2000 parceiros registados e mais de 44 mil carros. Tem sido um sucesso”, remata.

Uma edição mais inclusiva e sustentável

Quando o Rock in Rio Lisboa regressar, em junho de 2022, farão quatro anos desde a última edição. Os dois cancelamentos e a pausa obrigatória que a pandemia trouxe foram a oportunidade para melhorar o festival e enchê-lo de novos espaços. “Revimos tudo. Povo criativo não pode estar parado sem fazer nada”, ri-se Roberta Medina. “Olhámos para todas as atrações e pensámos: ‘Como é que isto pode ficar ainda melhor?’ Foi um processo interessante”, adianta.

A música, de resto, é a protagonista do certame, com nomes como Foo Fighters, Duran Duran, a-ha, Black Eyed Peas, Ellie Goulding, Post Malone, Anitta, Jason Derulo, Ney Matogrosso, Delfins ou Linda Martini, entre outros, mas temas essenciais e urgentes como os da pluralidade, igualdade e da pegada ambiental vão fazer parte do quotidiano na Cidade do Rock, nesta que será a edição mais inclusiva e sustentável de sempre.

Por um lado, a renovada Rock Street vai abordar a pluralidade de culturas e a diversidade da world music. Por outro, vai fomentar-se o debate e a conversa da pluralidade de raça e género, e a inclusão social e digital pelos vários palcos do recinto — do Galp Music Valley ao Game Square, ESC Online Sports Bar, Super Bock Digital Stage e aos showcookings do Chef’s Garden. Além disso, as preocupações ecológicas já faziam parte da essência do festival, mas as novas metas de sustentabilidade a que se propõe até 2030 são um novo passo neste caminho. Entre as medidas, fazem parte ser lixo zero e ter zero desperdício alimentar em todas as edições do festival, e envolver todos os stakeholders na sua política de sustentabilidade, por exemplo.

Para Roberta Medina, o timing é o certo. “Estamos num momento poderoso. Mercado, cidadãos e governo: já todos percebemos que temos de nos mexer. Sabemos que temos de mudar. O momento é agora. A conversa é agora. De alterações climáticas, de pluralidade, de inclusão, de cidades do futuro. Temos que construir o futuro e não esperar que meia-dúzia decida por nós. No Rock in Rio, vamos acelerar essa conversa”, revela a vice-presidente do festival. E o PiscaPisca.pt fará parte dela.

Para a mesma, 2022 é “o ano do reencontro” e de uma edição “memorável”. “Quando abrirmos as portas do festival, em junho, vamos ter 60 mil pessoas que passaram três anos com o seu bilhete na mão. Isso é muito amor”, conclui.