Os aeroportos europeus viram a sua dívida aumentar 200% em relação aos níveis anteriores à pandemia e muitos vão registar de novo perdas importantes este ano, advertiu esta terça-feira a associação do setor.

Durante o primeiro semestre de 2021, os aeroportos europeus registaram um recuo de 65% no seu volume de negócios em relação ao mesmo período de 2019, um agravamento em relação aos primeiros seis meses de 2020 (menos 52%), que só foi parcialmente afetado pela pandemia de Covid-19, indicou a ACI Europa.

Segundo cálculos da organização, que representa mais de 500 equipamentos de 55 países, o número de passageiros que transitam por estas instalações deve ficar 60% abaixo do registado em 2019 e 32% em 2022, só regressando aos níveis anteriores à crise sanitária no início de 2025.

Em 2020, a crise e as restrições impostas nas deslocações levaram os aeroportos europeus a perder 12 mil milhões de euros.

“Com receitas e rentabilidade no primeiro semestre ainda inferiores às do ano passado e uma recuperação do tráfego aéreo que tem custos elevados, mas receitas baixas, muitos aeroportos voltarão a sofrer perdas maciças este ano”, afirmou a ACI Europa por ocasião da sua assembleia-geral anual, em Genebra.

A organização referiu ainda que uma vez que as ajudas públicas estão limitadas e as medidas para reduzir custos já foram adotadas, os aeroportos “não têm outra escolha a não ser endividar-se” e a sua dívida disparou, “aumentando 200% em relação aos níveis de antes da pandemia”.

A pandemia acabou com as ilusões de que os aeroportos eram um setor sem risco. Agora devem enfrentar os desafios da recuperação e da descarbonização”, apontou o diretor-geral da ACI Europa, Olivier Jankovec.

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