Marine Le Pen foi recebida esta terça-feira em Budapeste. Num encontro com o primeiro-ministro húngaro, a líder da extrema-direita francesa aproveitou para discutir uma possível aliança europeia que junte partidos do mesmo espetro político assumidamente eurocéticos. E os dois deixaram duras críticas à União Europeia (UE), descrevendo-a como sendo “imperialista” e “autoritária”, de acordo com a Euronews.

Numa conferência de imprensa especialmente convocada para o efeito, Marine Le Pen denunciou o “poder centralizado de Bruxelas”, que está “intoxicado pela sua própria existência, pelo seu poder e pela sua omnipotência”. A presidente do partido Aliança Nacional defendeu que “com a União Europeia, não se trata mais de um desejo de cooperação, mas de subjugação”, que se converteu num “verdadeiro império”.

Para deter esta tendência “autoritária” de Bruxelas, Viktor Órban defendeu que é necessário uma nova aliança que represente a “vontade do povo europeu”. “Uma nova era está a começar”, declarou o primeiro-ministro húngaro, admitindo que está a procura de “parceiros”. E Marine Le Pen é vista “como uma potencial aliada”, bem como o partido que dirige. “É uma política que esteve sempre com a Hungria.”

Mas o espetro da extrema-direita francês também está ocupado por Eric Zemmour, que numa sondagem recente se coloca à frente de Marine Le Pen nas próximas eleições presidenciais francesas. Sobre esta disputa, Órban preferiu não escolher nenhum dos lados. “Não devemos tomar uma posição”, afirmou.

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França. Éric Zemmour está à frente de Le Pen nas sondagens, que pela primeira vez não chegaria à segunda volta

Eric Zemmour esteve em Budapeste, em setembro, mas foi recebido num cenário muito diferente. Em vez de uma conferência de imprensa com a presença de jornalistas, houve apenas um encontro numa biblioteca.