O antigo governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, foi intimado pelo Tribunal Criminal de Albany por crimes de ofensa sexual, avançou o New York Focus. As queixas baseiam-se no facto de tocar de forma indesejada nas mulheres com quem trabalhava e por criar um ambiente hostil para essas mulheres, explicou o jornal The Washington Post.

Os relatos de assédio sexual que deixaram Andrew Cuomo politicamente isolado. O que se segue para o governador à beira do impeachment?

O toque forçado é um delito que pode ser punido com uma pena de até um ano de prisão, explicou o jornal The New York Times. Mas para o provar, os procuradores têm de demonstrar que o arguido de forma a humilhar a vítima ou para conseguir prazer sexual.

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A investigadora do gabinete do xerife do condado de Albany, Amy Kowalski, relatou que Cuomo “colocou à força, de forma intencional e sem motivo legítimo, a mão debaixo da camisa da vítima e nas suas partes íntimas”. Para Amy Kowalski, Andrew Cuomo tocou na mama esquerda da vítima “com o objetivo de a degradar e satisfazer os seus desejos sexuais, tudo isso contrário às normas do seu estatuto”.

Primeira mulher avança com queixa crime oficial contra Cuomo. É a “Assistente Executiva n.º 1” do relatório de Letitia James

Um relatório anterior da procuradora-geral Letitia James, relacionado com o padrão de conduta do antigo governador, já havia descrito comportamentos semelhantes. Sobre a mulher descrita como “Assistente Executiva #1” incluiu: abraços íntimos; beijos na bochechas e, pelo menos, um na boca; agarrar o rabo durante os abraços; comentários sobre a vida e relações pessoais, como descreveu a CNBC.

Andrew Cuomo deixou o cargo em agosto, para evitar um processo de destituição (impeachment) depois de conhecido o resultado da investigação da procuradora Letitia James: assédio sexual contra 11 mulheres e tentativa de retaliação contra uma das denunciantes.

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A intimação agora conhecida terá, alegadamente, avançado antes do tempo, noticiou o jornal Times Union, de Albany. A investigadora Amy Kowalski terá abordado o tribunal com o resultado da investigação com o objetivo de perceber como poderia formalizar a queixa, mas ainda sem ter falado com a vítima ou com o advogado da mesma.

Sem se saber ainda bem como, alguém no tribunal considerou que o processo tinha os elementos necessários, avançou com a queixa e emitiu a intimação que prontamente foi divulgada nos media antes mesmo de notificado o arguido ou de ter sido dado conhecimento à procuradora-geral.