O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel defendeu a realização de eleições legislativas em 20 ou 27 de fevereiro, considerando que seria “um prazo racional, razoável e rápido”.

“A data que nos parecia adequada e que em nada prejudicaria o país seria 27 ou 20 de fevereiro”, afirmou, em conferência de imprensa na sequência do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022 na quarta-feira.

Sobre a data que defende para as eleições, Rangel considerou que “não se pode abrir um estado de exceção e de emergência” e interromper os processos eleitorais de vários partidos que já estavam abertos quando ocorreu a crise política.

O eurodeputado considerou que os prazos que defende permitem conjugar o interesse do país com a democracia interna dos partidos, e manifestou o apoio à iniciativa de quase 70 conselheiros nacionais do PSD que pediram a antecipação do Congresso do partido de janeiro para 17 a 19 de dezembro.

“O curto mês de campanha eleitoral interna que nos resta pode muito bem ser – e estou certo que será – à boa maneira das primárias que se celebram em tantos países europeus e não só – uma grande oportunidade para o PSD apresentar os seus projetos, protagonistas e equipas”, afirmou.

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Rangel defendeu que esta antecipação “serve igualmente as duas candidaturas” e apelou aos órgãos nacionais para que possam acompanhar esse pedido.

Poiares Maduro coordena task force

Tal como tinha avançado o Observador a 23 de outubro, o candidato à liderança do PSD organizou uma task force para responder ao cenário de crise política assim ele viesse a confirmar-se — tal como aconteceu com o chumbo do Orçamento do Estado.

O objetivo desta equipa é construir as bases do programa eleitoral do partido caso Paulo Rangel venha a vencer as eleições internas. Na conferência de imprensa desta quarta-feira, o eurodeputado anunciou que o ex-ministro Miguel Poiares Maduro aceitou coordenar as bases do seu programa eleitoral e o economista Fernando Alexandre será o responsável pela área económica.

Rangel tem task force para lançar bases de programa eleitoral em caso de crise política

“Essa estrutura terá como missão preparar as bases do programa, que será depois discutido com os militantes e validado no Congresso”, apontou Rangel.

No Twitter, Poiares Maduro confirmou convite, explicou as suas motivações e defendeu a “reforma da cultura política”.

Críticas ao PS

Na conferência de imprensa, Paulo Rangel apontou ainda o dedo a António Costa. “Durante seis anos de má governação, errática, António Costa e o PS quiseram simular uma aparente estabilidade política. Essa solução condicionou imenso o crescimento do país, a criação de riqueza e pôs mesmo em crise do Estado Social”, afirmou o eurodeputado em conferência de imprensa.

“Portugal ao fim de seis anos de exaustão socialista e de liderança de António Costa chegou ao fim da linha e caminha a passos largos para a cauda da Europa.”

“O PS não tem, nem terá mais condições para governar Portugal nos próximos tempos. Todo e cada voto no PS será um voto inútil. Inútil porque já não se pode somar à esquerda, inútil porque o PSD, como única alternativa viável, recusará sempre o recurso à solução perniciosa do Bloco Central.”