Messi saiu do Barcelona, o Barcelona não sai de Messi. Na primeira grande entrevista para Espanha após ter saído do clube que representou ao longo de mais de duas décadas entre todos os escalões, o argentino voltou a deixar juras de amor aos catalães, assumiu a mágoa que tem do presidente Joan Laporta dizendo que nunca lhe foi colocada uma hipótese de ficar e assumiu que quer voltar… mas para outras funções.

“Como expliquei aquando da minha saída, fiz o possível para ficar e nunca ninguém me pediu para jogar de borla. Pediram-me para baixar o meu salário em 50% e aceitei, sem nenhum problema. Estávamos na disposição de ajudar o clube. A vontade e o desejo que eu e a minha família tínhamos era de ficar em Barcelona. Ninguém me pediu para jogar à borla e ao mesmo tempo parece-me que essas palavras do presidente não são adequadas. Doeu-me porque penso que não tinha necessidade de o dizer. Isto gera uma série de dúvidas na cabeça das pessoas e penso que não o mereço”, assumiu em entrevista ao Sport.

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“Barcelona? É o que quer a minha mulher e é o que eu quero. Não sei quando acabará o meu contrato com o PSG mas para viver em definitivo só queremos Barcelona”, referiu o número 10 argentino que se mudou este verão para Paris, acrescentando: “Sempre disse que adoraria ajudar o clube no que possa ser útil, de forma a que esteja bem. Adoraria ser secretário técnico um dia. Não sei se será no Barcelona ou não, se vai ser de outra maneira. Se houver a possibilidade, gostaria voltar para ajudar no que possa porque é o clube que amo e quero que esteja bem, que continue a crescer e a ser um dos melhores do Mundo”.

O esquerdino falou ainda das razões que o fizeram mudar para os franceses, incluindo os companheiros de equipa que tem agora: “Quando tomei a decisão de vir para aqui, esse foi um dos motivos. O clube tem uma grande equipa, tem o desejo de continuar a crescer, bem como de ganhar a Champions, depois de tantos anos a tentar. Relações? Com o Neymar tenho uma relação há muito tempo, continuávamos a falar, mesmo não jogando juntos. Com o Kylian [Mbappé], ao início foi estranho, não sabíamos se ele ficava ou se saía. Ele estava muito fechado, com as suas coisas. Mas depois fomo-nos conhecendo melhor, tanto dentro como fora do campo. Tem sido espectacular. O grupo é muito bom e o ambiente no balneário é saudável”.

Em paralelo, Lionel Messi falou também da possibilidade de ganhar a sétima Bola de Ouro (nas duas listas que foram até agora conhecidas nas redes sociais o argentino ganhava numa e ficava em segundo na outra), do Campeonato do Mundo no Qatar e do final da carreira quando está nesta altura com 34 anos.

“Chegamos depois de ganhar a Copa América que procurávamos há muito tempo, depois de estado sempre muito perto mas de nunca ter conseguido a consagração pela seleção. Depois disto, a ilusão é muito grande para o que vem embora ainda os falte algumas coisas para sermos grandes candidatos. Ainda não somos, há seleções melhores, mas há uma dinâmica e um ambiente bons. Retirada depois? Não, na verdade não. Depois de tudo o que se passou, vivo dia a dia, ano a ano. Não sei o que se vai passar no Mundial nem depois do Mundial, não penso nisso. Vai passar-se o que tiver de passar”, salientou. “Bola de Ouro? Não penso nisso, sinceramente. O maior prémio foi o que consegui com a seleção, a Copa América. Se vier, se seria algo extraordinário , ganhar a sétima Bola de Ouro seria uma loucura mas não penso”, completou.