As contas são francamente positivas: depois de ter sido campeão europeu, o Chelsea está na liderança da Premier League, à frente de Liverpool, Manchester City e restantes rivais, e está no segundo lugar do Grupo H da Liga dos Campeões, em posição de apuramento para os oitavos de final e tendo apenas escorregado contra a Juventus. Mais do que isso, o Chelsea é considerado por muitos uma das equipas que melhor futebol pratica atualmente. Nada disso, porém, deixa Thomas Tuchel plenamente descansado.

Esta terça-feira, na deslocação à Suécia para defrontar o Malmö, os ingleses reencontravam um adversário que golearam em Stamford Bridge há duas semanas. Mas o treinador alemão pedia cautela na hora de entrar em campo com uma bagagem de alegado favoritismo. “Tornou-se frequente, acho que é o quinto ou sexto jogo seguido em que dizem que somos favoritos. Esforçamo-nos muito, temos muita intensidade. Não olhamos para essa questão do favoritismo mas tentamos prová-lo em campo e isso é absolutamente necessário neste jogo. O Malmö precisa de uma exibição extraordinária e acho que vão preparar-se para fazer isso mesmo. Temos de estar preparados, ser honestos e respeitosos o suficiente em relação ao jogo e ao adversário. Tudo pode acontecer”, explicou Tuchel.

Certo é que, apesar da parcimónia do treinador, o Chelsea chegava a esta jornada europeia num momento manifestamente bom. Os blues não perdem há mais de um mês, desde o final de setembro, e nos últimos seis jogos marcaram 19 golos e sofreram apenas dois. Pelo meio, até foram afetados pelas recentes lesões de elementos fulcrais como Lukaku, Werner, Kovacic e Mount mas viram jogadores como Reece James, Ben Chilwell ou Kai Havertz subirem de rendimento e assumirem o papel de goleadores. “O que qualquer treinador faz, em qualquer equipa, é não contar só com um ou dois goleadores”, lembrou Thomas Tuchel.

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Ora, era neste contexto, sem Lukaku, Werner, Kovacic e Mount mas com o recuperado Pulisic, que o Chelsea aparecia esta terça-feira na Suécia. Ziyech, Hudson-Odoi e Havertz formavam o renovado trio ofensivo mas não conseguiram quebrar o nulo durante a primeira parte, período em que os ingleses foram sempre superiores mas nunca foram capazes de materializar essa evidência — tendo até alguns calafrios provocados pela transição rápida do Malmö. A resistência sueca, contudo, só durou até aos primeiros dez minutos da segunda parte.

Num ataque perfeito, desenhado pelos três da frente, Havertz lançou Hudson-Odoi na direita, o inglês conduziu em velocidade pelo corredor e cruzou para o poste mais distante, onde Ziyech apareceu a desviar (56′). O Chelsea venceu o Malmö na Suécia pela margem mínima mas de forma suficiente para somar nove pontos e igualar provisoriamente a Juventus, que esta terça-feira ainda defronta o Zenit em Turim. Thomas Tuchel pediu cautela, não contou com as principais pernas para correr mas a verdade é que, com muletas como os três que foram titulares na Suécia, esta equipa nunca fica coxa.