“Todos os dias” as empresas portuguesas do fabrico mobiliário rejeitam encomendas porque não conseguem contratar a mão-de-obra necessária. Segundo o Jornal de Negócios, o setor tem uma necessidade de contratar mais cinco mil pessoas mas não está a conseguir preencher essas vagas.

Marceneiros, estofadores, maquinistas, serralheiros. Estas são algumas das vagas que as empresas deste setor desesperam por conseguir preeencher. “Tenho colocado anúncios, mas não tem havido adesão. Estou a rejeitar encomendas, preciso de contratar oito trabalhadores”, afirmou António Silva, administrador da especialista em cadeiras e mesas JMS, que emprega 146 pessoas e exporta 80% do que produz.

Outro exemplo: o dono do grupo Laskasas, que tem três fábricas em Paredes, emprega 435 pessoas e faturou 24 milhões de euros no ano passado. “Estou a precisar de mais umas 40 pessoas mas não encontro, o que faz com que esteja a rejeitar encomendas e a prolongar os prazos para a entrega de outras”.

Outro, ainda: o sócio-gerente da Pelcorte Estofos, diz que a empresa está “a rejeitar encomendas todos os dias”. Segundo o responsável, a empresa precisa com urgência de mais “uns 10 trabalhadores”, mas “já ficava todo contente se conseguisse contratar meia dúzia de estofadores”.

Está a ser dramático”, alertou Gualter Morgado, diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), citado pelo Negócios. Este dirigente associativo diz que o setor teria capacidade para “aumentar o seu efetivo em cerca de cinco mil trabalhadores com entrada imediata” mas “não há pessoas disponíveis“.

Solução? “Trazer trabalhadores imigrantes”, diz a Câmara de Paredes, no norte de Portugal. “Uma das medidas que vamos apresentar às empresas pode passar por trazer trabalhadores para Paredes e criar as devidas condições para os acolher, assegurando estadias e a devida integração no mercado de trabalho português”, afirmou Alexandre Almeida, autarca de Paredes.

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