Com os três golos que apontou esta terça-feira, Robert Lewandowski chegou aos 81 na Liga dos Campeões e atingiu um patamar onde só Lionel Messi e Cristiano Ronaldo haviam chegado anteriormente. Com os três golos que apontou esta terça-feira, Robert Lewandowski entregou mais uma candidatura séria à Bola de Ouro. E também com os três golos que apontou esta terça-feira, Robert Lewandowski definiu o Benfica como a sua maior vítima nas competições europeias.

Jesus tinha a teoria mas Kimmich é o mestre da prática (a crónica do Bayern Munique-Benfica)

Com sete golos apontados aos encarnados, sendo que marcou nos últimos quatro encontros com a equipa portuguesa, o avançado polaco mudou o ranking pessoal e ultrapassou o Real Madrid, a quem já marcou em seis ocasiões. Com esta goleada em Munique, o Benfica sofreu cinco golos pela sexta vez no século XXI — sendo que a última já tinha sido contra o Bayern, em 2018 e também na Liga dos Campeões. Com este resultado, a equipa de Jorge Jesus completou ainda um mês de particular dificuldade que começou logo depois da histórica vitória contra o Barcelona na Luz: perdeu com o Portimonense, teve de ir a prolongamento para eliminar o Trofense na Taça de Portugal, foi duas vezes goleado pelo Bayern, marcou no oitavo minuto de descontos para vencer o Vizela e empatou com o V. Guimarães e o Estoril, deixando escapar a liderança do Campeonato.

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Ainda assim, nem tudo foi mau para o Benfica em Munique. Os dois golos dos encarnados, apontados por Morato e Darwin, foram os primeiros que o Bayern sofreu nesta edição da Liga dos Campeões, sendo que esta foi também a primeira vez em 54 anos que uma equipa portuguesa marcou duas vezes em casa dos bávaros. A última, há já mais de 50 anos, tinha sido o V. Setúbal, na Taça das Taças de 1967. Contudo, com esta derrota e com a vitória do Barcelona contra o Dínamo Kiev na Ucrânia, o Benfica caiu para o terceiro lugar E e tem agora quatro pontos contra os seis dos catalães, sendo que visita Camp Nou na próxima jornada.

Na flash interview, Jorge Jesus explicou que sai “convencido de que esta equipa do Bayern é forte”. “Justificou isso mais uma vez, com uma intensidade muito alta de jogo. Como tínhamos três jogadores com segundo cartão amarelo [Otamendi, Weigl e Rafa], tentámos defender a equipa para os jogos da decisão. O jogo teve coisas muito boas, com jogadores que se comportaram muito bem e que não têm jogado tanto. Não direi que é um resultado pesado, face à qualidade do Bayern, mas não é fácil. Fazem quase sempre quatro ou cinco golos. Não saímos daqui satisfeitos mas também não é muito normal fazer dois golos aqui. Há coisas boas que ficaram para a nossa estratégia”, disse o treinador encarnado, comentando depois a forma como o jogo poderia ter sido diferente se o golo de Lucas Veríssimo, ainda na primeira parte e com o resultado a zeros, tivesse sido validado.

“Poderia ser diferente defensivamente. Estes jogadores criam grandes problemas, temos de dar mérito. Duvido de que haja alguma equipa com esta intensidade de jogo, quando tem bola e quando não tem. Puseram-nos à prova, obrigaram-nos a correr muito. Mas houve jogadores que me deram boas indicações”, acrescentou Jesus, antecipando desde logo a decisiva partida em Camp Nou. “Temos de ser pragmáticos e objetivos. Quando foi o sorteio, com Bayern e Barcelona, dificilmente seríamos apurados. Mas, face à nossa qualidade, ainda estamos a pôr em dúvida o apuramento do Barça. Temos a chance de estar dependentes apenas de nós. Mas tem de ser um jogo de cada vez. Primeiro o de Barcelona, depois contra o Dínamo Kiev”, terminou o técnico.