O Instituto Politécnico do Porto (IPP) reintegrou esta terça-feira 21 trabalhadores das cantinas e dos bares, tratando-se duma “grande vitória” para os trabalhadores, anunciou esta terça-feira o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte.

“Os 21 trabalhadores foram integrados hoje nas cantinas e bares do Instituto Politécnico do Porto. É uma boa notícia, porque vem de encontro às reivindicações que desde o final de abril de 2021 os trabalhadores andavam a lutar”, declarou à agência Lusa Nuno Coelho, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRS).

Os Serviços de Ação Social do Instituto Politécnico do Porto (SAS/IPP) chamaram na quinta-feira 19 trabalhadores das cantinas e bares para lhes comunicar a sua reintegração nos seus postos e locais de trabalho a partir desta terça-feira, mas entretanto foram reintegrados mais dois, totalizando “21 trabalhadores”, explicou Nuno Coelho.

“Esta reintegração agora decidida pelo SAS/IPP, embora tardia, representa uma grande vitória para os trabalhadores e para o seu sindicato de classe que os apoiou desde o início na sua justa luta, há 11 meses consecutivos, desde que a anterior concessionária Statusvoga não pagou o subsídio de Natal em dezembro de 2020. Esta notícia foi recebida pelos trabalhadores na passada quinta-feira e representa, por isso, uma grande vitória, que só foi possível pela unidade e firmeza demonstrada pelos trabalhadores e o apoio sindical que lhe foi dado pelo sindicato”, lê-se num comunicado de imprensa enviado esta terça-feira.

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Segundo o sindicato, falta ainda os trabalhadores “receberem os salários de abril, maio e parte do mês de junho que o SAS/IPP, inexplicavelmente, recusa pagar, empurrando os trabalhadores para os tribunais, sabendo, como sabe, que vai ter de os pagar”.

A 14 de outubro, o STIHTRS classificou de “ilegal” o facto de 19 trabalhadores dos bares e cantinas do Instituto Politécnico do Porto se terem apresentado ao serviço a 1 de outubro e continuarem sem trabalhar.

Nesse dia, em declarações por escrito à Lusa, o IPP assumiu que era o primeiro interessado em ter cantinas em pleno funcionamento.

“O Politécnico do Porto é o maior interessado em ter as cantinas em pleno funcionamento, mas como instituição de Ensino Superior Pública deve reger-se pelo cumprimento da lei prevista”, lê-se numa resposta à agência Lusa.

Os trabalhadores realizaram dezenas de ações de luta na defesa dos seus direitos e interesses legítimos, primeiro pelo pagamento dos salários em atraso de dezembro de 2020, janeiro, fevereiro e março de 2021, bem como pelo pagamento do subsídio de Natal; e depois, a partir de 1 de abril deste ano, lutaram pela reintegração nos SAS/IPP e pagamento dos salários de abril maio e junho.

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Os trabalhadores suspenderam os contratos de trabalho porque o IPP não os reintegrou nem lhes pagou o salário, e os funcionários tiveram de lutar junto da Segurança Social para que o IPP deferisse o respetivo apoio, o que foi alcançado no final de setembro.

Depois da Statusvoga veio uma nova concessionária que tomou conta das cantinas e bares do IPP, mas que desistiu “por não haver condições para as pôr a funcionar”.

Os trabalhadores continuaram a luta pela abertura das cantinas e bares e a sua reintegração no IPP, tendo sido realizada a sua última ação no Polo de Vila do Conde do IPP no dia 15 de outubro.