Paddy Cosgrave, o presidente executivo e fundador da Web Summit, desvalorizou o relatório que o Gabinete de Estudos Económicos (GEE) do Ministério da Economia publicou na quarta-feira e no qual é referido, como noticiou o Negócios, que o eventou levou menos 77,5 milhões de euros para o Estado do que o esperado. “O relatório, tanto quanto o entendi, tem a ver com as eleições que se aproximam, e não vou fazer comentários sobre eleições”, disse Paddy. Quanto a oradores que só vão aparecer remotamente, como os líderes do Facebook, diz: “Peço desculpa quanto a isso”.

A resposta do líder da Web Summit quanto ao estudo negativo foi feita esta manhã durante a conferência de imprensa que, em todas as edições, o responsável promove a meio do evento. Mesmo assim, o responsável da Web Summit não adiantou mais pormenores sobre o estudo assinado pelos economistas Francisco Carballo-Cruz, João Cerejeira e Ana Paula Faria reveem em baixa o impacto económico desta cimeira de tecnologia e empreendedorismo.

Em 2018, o GEE tinha publicado um estudo semelhante no qual se previa um impacto maior da Web Summit nas contas do país até 2028, altura em que acaba o contrato de permanência da conferência em Lisboa.

Em respostas aos jornalistas, Paddy Cosgrave também abordou a permanência da Web Summit em Portugal. Contudo, “no momento e no futuro, fica em Lisboa”, disse o irlandês após referir que a Web Summit vai “sempre considerar um evento em Espanha”. Além disso, no Brasil, os preparativos para uma conferência irmã continuam, apesar de ainda não estar decidido se decorrerá em Porto Alegre ou no Rio de Janeiro.

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Facebook com conferência remotas na Web Summit (e não presenciais): “Sempre considerámos que a presença de Chris Cox seria no metaverso”

Na terça-feira, depois de Paddy Cosgrave ter aclamado no arranque do evento Frances Haugen, a antiga funcionária do Facebook (que agora chama Meta à casa-mãe) que denunciou a empresa, Nick Clegg, vice-presidente de assuntos globais da rede social, apareceu por videochamada no palco principal. Apesar de a Web Summit não ter comunicado isso previamente, Paddy voltou a afirmar, como a organização já tinha dito ao Observador, que Clegg tinha dito no domingo que não ia poder estar presente. “Foi uma pena o Nick não ter vindo e termos sabido com apenas 48 horas de aviso”, afirmou. E referiu também: “Peço desculpa quanto a isso”.

Web Summit. Chris Cox, do Facebook, também só vai participar remotamente

Já quanto à presença de Chris Cox, diretor de operações do Facebook, que está marcado para esta quarta-feira, apesar de não ser referido no programa oficial que vai estar no evento apenas remotamente, Paddy faz um discurso diferente. “Sempre considerámos que a presença de Chris Cox seria no metaverso”, aludindo à mudança de nome da empresa. Relativamente a esse ponto não estar referido na agenda, voltou a dizer: “Peço desculpa quanto a isso”.

A Web Summit arrancou na segunda-feira novamente em formato presencial depois de um ano em que foi totalmente online. Até quinta-feira, passarão pelo Altice Arena e pela FIL nomes como Brad Smith, presidente da Microsoft, Tim Berners-Lee, inventor da Web. Esta quarta-feira, espera-se a presença de Marta Temido, a ministra da Saúde. No evento de abertura, estiveram presentes, além da denunciante do Facebook Frances Haugen, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Este ano, devido à pandemia de Covid-19, há várias restrições.

Gouveia e Melo vacinou a audiência, Nick Clegg não apareceu e, ainda, empreendedores de Leiria. O dia 2 da Web Summit