Dois detidos por burlas de 1,3 milhões de euros falsificavam documentos para permitir que pessoas com problemas bancários e até com penhoras pudessem assumir empréstimos elevados na compra de carros importados, indicou esta quinta-feira fonte policial.

Em condições normais esses jamais seriam concedidos porque as pessoas se encontravam desempregadas, com salários baixos, penhorados ou  já com problemas bancários”, disse o comissário Dennis Cruz, da Divisão de Investigação Criminal da PSP.

Garantindo, “de forma ardilosa”, que os créditos de difícil ou impossível cobrança seriam aprovados, os detidos (dono de um stand e um contabilista) obtinham para si e para terceiros “vantagens patrimoniais muito elevadas”.

Tais lucros resultavam desde logo do que o stand ganhava com a intermediação dos créditos dos bónus que instituições financeiras dão a quem intermedeia este tipo de operações e atinge determinado valor.

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Neste processo estão em causa “mais de 75 contratos”.

Além de garantir, desde logo, a venda de todos os veículos que importasse, sobretudo da Alemanha, os suspeitos arranjavam forma de se furtarem ao regime de IVA, com os carros a serem legalizados em nome de uma terceira pessoa e depois vendido ao stand.

O Fisco perdeu assim 200 mil euros, estima a polícia.

Em comunicado alusivo ao caso, emitido ao início da manhã desta quinta-feira, a PSP referiu que, além das duas detenções, foram realizadas seis buscas e cumpridos diversos mandados de apreensão de automóveis, nas áreas do Porto, Braga, Guimarães, Maia, Matosinhos, Famalicão, Trofa e Santo Tirso.

A PSP apreendeu 11 veículos automóveis, diversa documentação relacionada com os ilícitos em causa, material informático, uma arma de fogo (espingarda) e diversas munições e duas botijas de gás pimenta.

Além da detenção dos dois homens, de 43 e 44 anos de idade, vendedor e empresário, respetivamente, foram identificadas mais 13 pessoas (sete homens e seis mulheres).