A Organização de Consumidores e Utilizadores considerou esta quinta-feira que a consciência social sobre os efeitos das mudanças climáticas está a aumentar, mas os consumidores desconhecem o impacto que o aquecimento global pode ter nas suas condições de vida.

Em entrevista à agência de notícias espanhola EFE, o porta-voz da Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU), Enrique García, disse que “há muitas informações sobre os efeitos globais da mudança climática, mas muito menos sobre as suas consequências nos hábitos da vida diária, incluindo hábitos de consumo”.

A OCU realizou estudos que mostram que a consciência dos consumidores sobre as mudanças climáticas “está a aumentar progressivamente”.

Um desses estudos foi elaborado pela OCU há dois anos e mostrou que 73% dos espanhóis afirmavam ter em consideração “aspetos éticos e ecológicos” ao consumir, ou que 62% viam no consumo “uma ferramenta muito poderosa para mudar o mundo”.

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Além disso, 57% dos entrevistados disseram identificar-se com as mensagens das novas economias ao serviço das pessoas e do planeta, apesar de muitos confessarem desconhecer estas iniciativas.

“Os consumidores são a alavanca da mudança para um planeta mais sustentável”, salientou o porta-voz da OCU, acrescentando que a organização está ciente da necessidade de consciencializar os cidadãos para a importância dos seus comportamentos diários para a sobrevivência.

Enrique García considerou igualmente fundamental transmitir às administrações e governos “a necessidade de introduzir mudanças que garantam ao consumidor a possibilidade de escolher produtos mais sustentáveis”.

Na opinião do porta-voz da OCU, deve haver um aumento das campanhas de informação e promoção da reciclagem e da economia circular “através de programas de sensibilização e educação”, utilizando para isso “uma narrativa inovadora, utilizando ferramentas novas, visuais e fáceis de compreender pelos cidadãos”.

Enrique García chamou também a atenção para a “gravidade do problema do plástico”, destacando a importância de implementar políticas e estratégias que visem “eliminar ou reciclar esses resíduos da melhor forma possível”.

“É necessário passar da reciclagem para a redução. É importante substituir gradualmente o plástico descartável e de vida curta por outros produtos e embalagens que respeitem o meio ambiente e, além disso, a embalagem excessiva deve ser limitada e eliminada”, disse.

O porta-voz da OCU lamentou também a “falta de consciência geral” dos consumidores para enfrentar a escassez de água.

Enrique Garcia disse ainda que a descarbonização da energia, um dos principais objetivos dos países desenvolvidos, deve ser acompanhada de sistemas de “mobilidade sustentável” e sobretudo da substituição da frota para veículos elétricos.