Os protocolos do Pentágono, segundo o próprio órgão norte-americano, falharam na prevenção de ataque conduzido por um drone que matou 10 pessoas em Cabul, incluindo sete crianças, no final de agosto.

Contudo, “não quebrou qualquer regra”, explicou o líder da investigação do ataque, o Tenente-general da Força Aérea Sami Said, de acordo com o USA Today. O que aconteceu foi “um erro honesto” por parte dos oficias que autorizaram o bombardeamento, e que se situavam numa base militar no Qatar.

A investigação não encontrou nenhuma violação da lei, incluindo a lei de guerra. Erros de execução combinados com falhas de comunicação levaram à infeliz perda de vidas civis”, informou ainda Sami Said.

Os oficiais acreditavam que o veículo bombardeado representava uma ameaça iminente ao aeroporto de Cabul, segundo o tenente-general citado pelo jornal britânico The

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Afeganistão. Ataque aéreo dos Estados Unidos terá matado seis crianças

Foi a 29 de agosto, que sete crianças e três adultos morreram nesse ataque realizado com recurso a um míssil Hellfire, disparado de um drone Reaper pelo exército norte-americano. Inicialmente, as forças americanas confirmaram que pelo menos um bombista suicida suspeito pertencente ao ISIS-K — célula terrorista do Estado Islâmico do Afeganistão — tinha sido abatido, mas vários jornais noticiaram a morte de uma família.

De acordo com a BBC, a criança mais nova da família, Sumaya, tinha apenas dois anos de idade, enquanto a mais velha, Farzad, tinha doze anos. O pai da criança mais velha, Emal Ahmadi, que não foi vítima do ataque, explicou que a família estava a aguardar a retirada do Afeganistão, e estavam à espera de uma chamada na altura em que se desse a deslocação para o aeroporto.

Um dos adultos mortos no ataque tinha trabalhado como tradutor para o exército dos Estados Unidos da América, e os outros adultos mortos nesse dia tinham colaborado com organizações internacionais e possuíam já vistos que lhes permitiriam entrar em solo norte-americano.

John Kirby, porta-voz do Pentágono, na altura do ataque, defendeu aquilo que as fontes de informação norte-americanas “acreditavam ser um ameaça bastante real e específica” contra o Aeroporto Hamad Karzai, em Cabul, por parte ISIS-K. Um carro branco da marca Toyota teria, segunda a inteligência norte-americana, explosivos perigosos para a segurança do aeroporto.

EUA reconhecem “erro trágico” em ataque contra Estado Islâmico que matou 10 civis, incluindo sete crianças

O maior erro de informação foi ter sido identificado outro carro na altura do ataque. “Na realidade, acabámos por nunca conseguir localizar o carro Toyota que teria os explosivos”, explicou Sami Said. A convicção por parte das forças americanas foi reforçada quando viram um dos elementos da família a pegar numa mala dada por outra pessoa, mas foi esclarecido mais tarde que a mala possuía apenas um computador. Assim, a casa errada, onde residia a família, e o carro errado, acabaram por ser bombardeados.

Durante a investigação, foram entrevistadas 29 pessoas, sendo que destas, 22 estavam diretamente envolvidas no ataque.