Uma transferência de dinheiro e os direitos televisivos dos jogos do FC Porto estão na origem de uma investigação que envolve o filho de Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do clube azul e branco. O Ministério Público suspeita que houve transferência de dinheiro entre vários empresários com o objetivo de facilitar o acordo entre o clube e a Altice — negócio fechado em 2016 com a então Portugal Telecom e que vendia os direitos televisivos até 2027 —, operação que já se sabia estar a ser investigada. Agora, segundo avança a revista Sábado (conteúdo para assinantes), estará também sob investigação um pagamento de 2,5 milhões de euros feito pelo empresário Pedro Pinho a Alexandre Pinto da Costa.

Aquele montante terá sido pago com um objetivo: que Alexandre Pinto da Costa facilitasse o negócio de 500 milhões de euros com a então PT, que era presidida por Paulo Neves. A transferência, escreve a Sábado, foi feita após o negócio de intermediação. Ao longo da investigação, os telefones de ambos os empresários estiveram sob escuta — assim como os de outros empresários e responsáveis da SAD portista, Jorge Nuno Pinto da Costa incluído — e chegou a ser quebrado o sigilo bancário e fiscal.

Cartão Vermelho. MP também investiga Porto, família Pinto da Costa e empresa Altice

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em julho, a TVI noticiava que o negócio dos direitos televisivos estava a ser investigado, estando em causa o pagamento de 20 milhões de euros à empresa mediadora do negócio, a BM Consulting, do empresário desportivo Bruno Macedo. Havia ainda a suspeita de que parte do dinheiro tivesse ido parar à família Pinto da Costa.

A transferência de 2,5 milhões para Alexandre Pinto da Costa terá sido feita depois de Pedro Pinho saber que iria receber 10 milhões de euros por abrir portas a Bruno Macedo.

Quanto ao dinheiro recebido por esse empresário, tudo aponta para que os 20 milhões não fossem apenas para si e para a BM Consulting. Bruno Macedo iria reparti-lo com Pedro Pinho (10 milhões) e com Hernâni Vaz Antunes (5 milhões), amigo de Armando Pereira, um dos donos da Altice.