O chefe da delegação de eurodeputados que visitou Taiwan, Raphael Glucksmann, disse esta sexta-feira que a deslocação “é apenas um primeiro passo, porque vão realizar-se outras”, frisando que o Parlamento Europeu deve “incrementar as ligações” com Taipé. 

Delegação do Parlamento Europeu diz que UE está “ao lado” de Taiwan

“Há um consenso no Parlamento Europeu referido no último relatório sobre as Relações Políticas e a Cooperação entre Taiwan e a União Europeia em que se descreve Taiwan como um parceiro e um aliado democrático”, disse Glucksmann (grupo Socialistas e Democratas) numa conferência de imprensa realizada por meios remotos.

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“Estamos convencidos de que o reforço das relações com Taiwan vai fazer com que a situação no estreito (da Formosa) venha a ser menos perigosa. Isto deve ser o normal porque não podem agravar-se os conflitos com Pequim sempre que interagimos com Taiwan”, disse o eurodeputado francês sobre a visita dos sete eurodeputados a Taipé.

A China pediu na quinta-feira à UE que evite “enviar sinais errados aos separatistas taiwaneses”, na sequência da visita daquela delegação, que considerou suscetível de “prejudicar as relações” entre Bruxelas e Pequim.

“Os eurodeputados devem estar plenamente cientes da complexidade e sensibilidade da questão taiwanesa, que é essencial para um bom desenvolvimento das relações China-UE”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin, numa conferência de imprensa.

“Nós não queremos provocar ninguém e visitar Taiwan não deveria ser motivo de provocação”, disse Glucksmann esta sexta-feira, acrescentando que “como democratas” os eurodeputados não podem ter “medo” de sanções de Pequim.

Glucksmann é um dos eurodeputados que foram alvo de sanções de Pequim no passado mês de março, uma resposta às sanções impostas pela União Europeia a funcionários chineses pelas violações contra os direitos humanos na província de Xinjiang.

Glucksmann reafirmou que o objetivo da visita é enviar a mensagem de que Taiwan não está só e que a Europa está ao lado de Taipé, tal como já tinha afirmado durante o encontro com a chefe de Estado, Tsai Ing-wen, na quinta-feira.

A República Popular da China reclama a soberania de Taiwan desde o final da guerra civil, em 1949, altura em que as forças nacionalistas (Kuomintang) de Chiang Kai-shek, derrotadas pelos comunistas, se estabeleceram na ilha.