A Direção Regional dos Açores do Sindicato de Jornalistas e a Subcomissão de Trabalhadores da RTP-Açores propõem a integração nos quadros da empresa dos correspondentes de ilha, bem como dos seus profissionais precários. As estruturas representativas dos profissionais da RTP/Açores referem que perante um modelo de correspondente de ilha “pouco atrativo e mal remunerado, a solução deverá passar pela profissionalização destes colaboradores, através da integração nos quadros da empresa”.

Esta posição, assumida em comunicado, após reunião conjunta, surge na sequência da audição do presidente do Conselho de Administração da RTP, Nicolau Santos, pela Comissão de Cultura e Comunicação da Assembleia da República, a 12 de outubro.

A Direção Regional dos Açores do Sindicato de Jornalistas e a Subcomissão de Trabalhadores da RTP-Açores querem que as despesas inerentes à deslocação em serviço “sejam compensadas com um subsídio de transporte, pago ao quilómetro”, enquanto o trabalho multifunções “deverá ser compensado através de um subsídio de polivalência”, a par da criação de um plano de formação anual para estes profissionais. Propõe-se ainda a publicação de uma ordem de serviço interna (RTP) “com o descritivo das funções, deveres e direitos dos correspondentes de ilha” nos Açores.

O Sindicato e Comissão de trabalhadores da RTP/Açores referem que o Centro Regional dos Açores conta atualmente com 125 trabalhadores do quadro, um “número abaixo do limiar do aceitável, perante a escassez de recursos humanos”. Na sua perspetiva, “a expectativa de integração nos quadros de seis precários, avançada pelo presidente da RTP, para um universo de 16 trabalhadores em situação precária – 11 em São Miguel, dois na Terceira e três no Faial, sem contabilizar os cinco correspondentes de ilha e os trabalhadores em ‘outsourcing’- é claramente insuficiente”.

A situação atual dos correspondentes ao serviço da RTP/Açores é considerado um problema mal solucionado na sua origem, que se arrasta há longos anos e por diversas vezes questionado junto do Centro Regional dos Açores (CRA), pela Subcomissão de Trabalhadores”. Para as estruturas de defesa dos trabalhadores, a “salvaguarda da cobertura do serviço público de rádio e televisão nos Açores, onde a taxa do audiovisual é paga em iguais circunstâncias, deve ser repensada perante os constrangimentos e dificuldades que o Centro Regional dos Açores enfrenta, sobretudo perante a escassez de recursos humanos”.

“Os custos da insularidade inerentes à descontinuidade geográfica e às especificidades de uma Região Autónoma, como os Açores, não devem ser descurados. A Direção Regional dos Açores do Sindicato de Jornalistas e a Subcomissão de Trabalhadores da RTP- Açores estão disponíveis para trabalhar em conjunto nas soluções”, conclui-se.

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