A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública considerou esta segunda-feira que os trabalhadores do setor têm todos os motivos para fazer greve na sexta-feira, independentemente de o Governo ter marcado novas reuniões.

“A Frente Comum mantém a greve que está marcada para sexta-feira, porque os trabalhadores têm todos os motivos para a fazer, pois, mesmo sem Orçamento do Estado aprovado, há muito coisa a que o Governo pode dar resposta”, disse à agência Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.

Para o sindicalista, a marcação de duas reuniões com o Governo não é suficiente para alterar o protesto marcado para sexta-feira.

O Governo convocou-nos para reuniões no dia 10 e no dia 15, sem ordem de trabalhos ou qualquer proposta, vamos ver o que o Governo tem para nos dizer e vamos reafirmar as nossas reivindicações, não vemos motivos para desmarcar a greve”, disse.

A Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), filiada na UGT, anunciou no início da semana passada que ia desconvocar a greve marcada para 12 de novembro, que coincidia com a da Frente Comum, e que tinha pedido ao Governo uma reunião para esclarecer o futuro do aumento do salário mínimo nacional.

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A Fesap decidiu desmarcar a greve após o chumbo parlamentar da Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2022.

Fesap desconvoca greve de dia 12

Embora tenha sido a Fesap a pedir a reunião, ao abrigo da lei da negociação, o Governo tem de convocar as três estruturas sindicais com que costuma negociar.

A Frente Comum, afeta à CGTP, deu hoje uma conferência de imprensa, em frente ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, para explicar os motivos da Greve Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública, marcada para sexta-feira.

“O local escolhido serviu para dar um exemplo do que são as práticas deste Governo, que teima em não resolver problemas, como o da precariedade, que podem ser resolvidos mesmo sem a aprovação do Orçamento do Estado”, disse Sebastião Santana.

A Frente Comum reivindica aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores, um salário mínimo de 850 euros na administração pública, a revisão das carreiras e do sistema de avaliação.

O Governo tinha inscrito na proposta de Orçamento do Estado para 2022, que foi chumbada na Assembleia da República, aumentos salariais de 0,9% para a generalidade dos funcionários públicos no próximo ano.