O presidente da Câmara do Porto disse esta segunda-feira estar preocupado com o impacto das obras de expansão do metro, nomeadamente com as soluções defendidas para a estação da Praça da Liberdade e para a nova ponte sobre o Douro.

“Infelizmente esses projetos são projetos do Metro [do Porto] e não é muito fácil da nossa parte agir”, afirmou Rui Moreira, quando confrontado pelo vereador social-democrata Vladimiro Feliz sobre o envolvimento do município nas obras de expansão da rede de metro.

Salientando que a preocupação com o impacto das obras do metro surgiu imediatamente aquando do anúncio da empreitada de construção da Linha Rosa, o autarca indicou que a autarquia tem feito um “grande esforço” para, junto da operadora, minorar os efeitos, como são exemplo as soluções encontradas para a Praça da Galiza, na Avenida de França, junto à estação da Casa da Música, ou no Jardim do Carregal.

O independente admitiu, contudo, que é na zona da baixa, nos Aliados onde a empreitada causa mais constrangimentos, dado o desvio do Rio da Vila obrigar a obras muito prolongadas.

Moreira criticou ainda a decisão de construir uma das estações “demasiado próxima das Cardosas”.

“Nós teríamos preferido que a solução construtiva recusasse a estação mais para os Aliados, mais para baixo da estátua de D. Pedro, de tal maneira que não levasse àquilo que vai levar que é um corte profundo nos Lóios, nos Clérigos e também nas Cardosas”, observou.

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Reconhecendo a necessidade de uma segunda ligação a Gaia, o autarca levantou também reservas quando o projeto da nova ponte de metro sobre o Douro.

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“Aquilo que está a ser lançado, é uma nova ponte com um conjunto de problemas que se colocam a nível de inserção na cidade, que naturalmente é uma decisão tomada pela Metro do Porto e que nós iremos tentar monitorizar”, disse.

O independente lamentou ainda que a autarquia não tenha sido ouvido na elaboração do projeto de reabilitação da Ponte Luiz I, cuja empreitada a cargo da Infraestruturas de Portugal coincide com as do metro.

Temos muitas preocupações quando somos confrontadas com cronogramas para os quais não fomos ouvidos“, disse, acrescentando que também não foi ouvido sobre a ligação de alta velocidade que impõe a construção de uma nova ponte.

Em resposta Vladimiro Feliz salientou que o executivo pode contar com o PSD para reforçar a voz interventiva da autarquia nestas matérias, sublinhando que as obras, nomeadamente do metro devem estar alinhadas com a estratégia da cidade.

As obras de expansão da rede de Metro do Porto vão condicionar, pelo menos, durante um ano e meio, a mobilidade nas cidades do Porto e Gaia, com alguns dos principais acessos interditos à circulação automóvel.

No Porto, a empreitada de construção da Linha Rosa, vai ligar S. Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, servindo o Hospital de Santo António, o Pavilhão Rosa Mota, o Centro Materno-Infantil, a Praça de Galiza e as faculdades do polo do Campo Alegre, arrancou no final de março, tendo pelo menos desde maio causado condicionamentos de trânsito, nomeadamente na Praça da Liberdade, onde a circulação automóvel no primeiro troço da via poente está interrompida desde 12 de outubro.

Nesta zona, a construção deste novo troço vai implicar mais condicionamentos de trânsito já a partir de quarta-feira, com a construção de um túnel com 20 metros de profundidade e cerca de quatro metros de diâmetro, intitulado Rio de Vila, para “canalizar as águas pluviais”.

Ao mesmo tempo vão começar a ser feitas as “paredes moldadas” da futura estação da Praça da Liberdade, revelou a Metro do Porto na sexta-feira.

A empreitada, que vai durar cerca de 13 meses, impõe a interdição ao trânsito da Rua dos Clérigos, mantendo-se apenas a circulação pedonal entre esta artéria e a Praça da Liberdade.

A Linha Rosa terá quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando São Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, sendo que as obras deverão prolongar-se até ao final de 2023.

Em simultâneo, está também em desenvolvimento a empreitada de extensão da Linha Amarela, que atualmente cruza o rio Douro através da ponte Luís I, partindo do Hospital de São João, no Porto, até Santo Ovídeo, em Vila Nova de Gaia, que está também a impor condicionamento de trânsitos.