As exportações de produtos agrícolas aumentaram 10% nos primeiros nove meses do ano, em termos homólogos, atingindo 3.154 milhões de euros, e as importações subiram 8,2% para 6.021 milhões, divulgou esta terça-feira o INE.

De acordo com as Estatísticas do Comércio Internacional de setembro, que contém informação detalhada sobre a evolução do comércio internacional de produtos agrícolas, entre janeiro e setembro deste ano, as exportações daquele tipo de produtos “atingiram 3.154 milhões de euros, aumentando 10,0% relativamente ao mesmo período do ano anterior (+11,1% face ao mesmo período de 2019)”.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), os produtos mais exportados foram as gorduras e óleos, os peixes e as frutas, atingindo um peso conjunto de 55,6% no total das exportações (-1,4 pontos percentuais face ao mesmo período de 2020).

Com os maiores aumentos, destacaram-se os peixes, com mais 104 milhões de euros (+23,0%; -8,6% face a 2019), e as gorduras e óleos, correspondentes a mais 74 milhões de euros (+12,9%; +25,6% face a 2019).

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As frutas, que em 2020 tinham registado um aumento significativo (+82 milhões de euros; +15,9%), registaram a maior diminuição face aos primeiros nove meses de 2020 (-59 milhões de euros; -9,8%), representando, ainda assim, um acréscimo de 4,5% face a 2019.

Espanha manteve-se como principal cliente dos produtos agrícolas portugueses e, tal como no ano anterior, registou um aumento das exportações nacionais neste grupo de produtos (+11,8% relativamente a 2020; +15,1% relativamente a 2019).

Também a França registou um aumento de 16,7% face ao mesmo período do ano anterior (+18,5% relativamente a 2019), ultrapassando o Brasil e passando a ser o segundo principal destino das exportações deste tipo de produtos, sobretudo devido à exportação de fruta.

Já no que diz respeito às importações, naquele período os produtos agrícolas importados atingiram 6.021 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 8,2% relativamente ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% face a igual período de 2019.

Os produtos mais importados foram os peixes, as carnes e os cereais, concentrando 45,5% do total (-0,8 pontos percentuais face ao período homólogo e -3,9 pontos face ao mesmo período de 2019).

Apenas os cereais ultrapassaram as importações do mesmo período de 2019 (+57 milhões de euros; +9,1%), apesar do decréscimo registado em 2020 (-6,9%).

Entre os maiores contribuintes para o crescimento das importações, destacam-se os grupos de gorduras e óleos e de cereais, com aumentos correspondentes a 159 milhões de euros (+35,7%) e 100 milhões de euros (+17,1%).

Tal como nas exportações, Espanha continuou a ser o principal fornecedor de produtos agrícolas, tendo-se registado um aumento de 10,6% (+4,4% face a 2019) nas importações provenientes do país vizinho, mais que compensando o decréscimo observado no ano anterior (-5,7%).

O Brasil foi o segundo principal fornecedor, com um aumento de 16% face ao período homólogo de 2020 (+43,5% face a 2019), ultrapassando os Países Baixos.

Segundo o INE, aquela subida de posição deveu-se ao acréscimo das importações de sementes e frutos oleaginosos com origem no Brasil, principalmente de soja.

Assim, o saldo comercial dos produtos agrícolas, tendencialmente desfavorável a Portugal, agravou-se em 2021, após melhorias do défice em 2019 e em 2020.

Nos primeiros nove meses de 2021, o saldo comercial das transações de produtos agrícolas situou-se em -2.867 milhões de euros, o que corresponde um aumento do défice de 167 milhões de euros face ao período homólogo (em 2020 o défice tinha diminuído 341 milhões de euros).