A francesa Audrey Azoulay foi esta terça-feira reeleita para um segundo mandato de quatro anos como líder da UNESCO, anunciou a organização das Nações Unidas sediada em Paris que promove a educação, a cultura e a preservação do património.

“As minhas felicitações sinceras em nome de todos os Estados-membros pela sua reeleição”, declarou Santiago Irazabal, embaixador permanente do Brasil na UNESCO, que se tornou presidente da sua conferência-geral.

Depois de ter sido ministra da Cultura no Governo do Presidente socialista François Hollande, Audrey Azoulay foi eleita pela primeira vez para dirigir a agência especializada da ONU em novembro de 2017 e, como é tradição que os diretores-gerais cumpram vários mandatos, era, desta vez, a única candidata, tendo obtido 155 votos em 165 votantes (nove contra e uma abstenção).

“Quero, em primeiro lugar, agradecer-vos do fundo do coração por esta confiança tão claramente expressa”, reagiu a diretora-geral da organização, acolhida com aplausos no hemiciclo da UNESCO.

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A responsável sublinhou também “a unidade”, o “apoio de todo o mundo” que lhe foi manifestado “muito cedo”, o que considerou um sinal de “confiança mútua” dentro de uma instituição outrora muito dividida, que ela contribuiu para apaziguar durante o seu primeiro mandato.

Em meados de outubro, o conselho executivo da organização (que tem 58 membros) tomou a decisão, por 55 votos de 57 membros presentes, de “recomendar” a sua candidatura, para cuja validação apelou na 41.ª sessão da UNESCO, que começou esta terça-feira em Paris.

A reeleição de Azoulay parece consagrar a estratégia de despolitização da instituição que ela defendeu desde a sua eleição.

A segunda mulher a liderar a UNESCO, Audrey Azoulay assumiu o cargo num contexto de deterioração das relações dentro da organização, devido à saída dos Estados Unidos e de Israel, que coincidiram com a sua eleição.

Os dois países acusavam a instituição de um viés pró-palestiniano, num cenário de questionamento frontal do multilateralismo pela Administração Trump.

Desaparecidas essas tensões, a equipa da diretora-geral considera provável o retorno desses dois países à organização a médio-prazo.

Nos últimos anos, a UNESCO participou em vários projetos emblemáticos, como a reconstrução de Mossul, a ajudar ao património do Líbano após a explosão do porto de Beirute e ações em favor da educação durante a pandemia de Covid-19.