A Áustria inaugurou esta terça-feira, em Viena, um memorial que presta homenagem às vítimas do Holocausto — a Parede de Nomes de Shoah — um muro com o nome dos 64.440 judeus assassinados no país, noticia a agência Reuters.

O chefe do governo austríaco, Alexander Schallenberg, abriu a cerimónia de inauguração do monumento com um discurso onde lembrou os crimes a que as vítimas do Holocausto foram sujeitas:

[Os judeus] foram deportados, passaram fome em guetos, foram assassinados em florestas e em campos de extermínio […] Com esta parede, tiramos os seus nomes e a sua história da escuridão. Devolvemo-lhes a sua identidade, individualidade e parte da humanidade. E, agora, voltam a ter lugar no seu país”, disse o chanceler.

Alexander Schallenberg lembrou, ainda, a grande multidão que recebeu Adolf Hitler, natural de Áustria, no país, em 1938:

“Demasiadas pessoas estiveram na Praça dos Heróis em março de 1938 e celebraram. Demasiados ficaram a ver, e participaram enquanto outros seres humanos eram roubados, afastados e assassinados. E nós olhámos para o lado demasiado tempo, até nos apercebermos do nosso papel como perpetradores”, lamentou.

O projeto foi iniciado em 2018 pela coligação entre o Governo conservador de Alexander Schallenberg o Partido da Liberdade (de extrema-direita), que foi fundado em 1956 por Anton Reinthaller, um oficial das SS (organização paramilitar nazi). Apesar de o partido garantir que abandonou o seu passado antissemita, tem sido alvo de muitas acusações de racismo e antissemitismo.

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