As exportações de componentes automóveis caíram 12,6% em setembro face ao mesmo mês de 2019, para 753 milhões de euros, e acumulam uma quebra de 5,8% desde o início do ano, informou esta quarta-feira a associação setorial.

“Mais uma vez, e analisando as vendas ao exterior nos primeiros nove meses do ano, percebe-se que somente durante os meses de fevereiro e março é que as exportações estiveram acima do nível verificado em 2019”, isto é, do período anterior à pandemia de Covid-19, refere a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) em comunicado.

Segundo a associação, no acumulado até setembro de 2021, as exportações de componentes automóveis atingiram os 6.809 milhões de euros, o que se reflete numa diminuição de 5,8% face ao mesmo período de 2019.

Comparando os dados de setembro deste ano com os do mesmo mês de 2020 regista-se uma quebra mensal das exportações de cerca de 21,5%, mas em termos acumulados, as vendas para o exterior já superam em 13,2% as do ano passado (que se ficaram pelos 6.014 milhões de euros até setembro).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No que diz respeito aos países destino das exportações de janeiro a setembro de 2021, face ao período homólogo de 2019, Espanha mantém-se no topo, com vendas de 1.958 milhões de euros (+3,3%), seguida da Alemanha com 1.394 milhões de euros (-9,4%).

Em terceiro lugar surge a França, com um registo de 809 milhões de euros (-21,3%), em quarto lugar os EUA, com 340 milhões (25,7%), e, por último, o Reino Unido, que cai do quarto lugar para quinto, totalizando 327 milhões de euros (-48,2%).

No total, estes cinco países totalizam 71% das exportações portuguesas de componentes automóveis.

De acordo com a AFIA, “a falta de ‘chips’ e componentes eletrónicos mantém-se, um pouco por todo o mundo, como um dos principais problemas nas cadeias de abastecimento, uma vez que levam a que as construtoras automóveis interrompam temporariamente a sua laboração”.

Também apontadas como causas para as quebras registadas no setor são a escassez das matérias-primas, a pandemia de Covid-19 e o Brexit.

Ainda assim, a associação ressalva como “pontos positivos” o comportamento das exportações para Espanha, que até setembro se mantém como “o principal cliente dos componentes automóveis fabricados em Portugal”, com uma quota de 28,8% e valores 3,3% acima do nível pré-pandemia.