A fábrica da Sumol+Compal de Almeirim (distrito de Santarém) apresentou esta quarta-feira duas “soluções-piloto” que recorrem à tecnologia 5G, para suporte remoto das operações e monitorização digital de tarefas, numa parceria com a Nos.

O presidente da Sumol+Compal, Duarte Pinto, afirmou que as duas aplicações que têm estado a ser desenvolvidas desde março por equipas das duas empresas representam o início de “um novo ciclo” na unidade de Almeirim, depois da inauguração, a 15 de outubro, de um armazém automático, que vem “reconfigurar todo o processo logístico em Portugal”.

A introdução de tecnologia nas operações desta fábrica insere-se no objetivo de afirmar a Sumol+Compal como “empresa de vanguarda” também nesta área, disse, salientando o histórico de uma empresa “de matriz portuguesa” que é “líder em Portugal em bebidas não alcoólicas”.

Presente na apresentação das aplicações, o administrador executivo da Nos Manuel Eanes classificou a unidade de Almeirim da Sumol+Compal como “a primeira fábrica 5G [quinta geração] em Portugal”, assegurando que, em breve, será possível “monitorizar em tempo real todo o processo de fabrico, para a sua otimização, com colocação de alarmística e de inteligência”.

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Jaime Cardoso, administrador da Sumol+Compal, explicitou que os projetos desenvolvidos com a Nos melhoram a eficiência nas linhas de produção e permitem executar operações de manutenção preventiva e corretiva, através de um sistema de assistência remoto, “possíveis de executar porque têm suporte na plataforma 5G”.

Questionado sobre o custo da implementação da tecnologia 5G neste tipo de indústria, Manuel Eanes afirmou que cada caso é um caso, salientando que, na unidade de Almeirim, apenas foi coberto o espaço onde estão a ser desenvolvidos os projetos-piloto, não abrangendo a área total de 70.000 metros quadrados.

Duarte Pinto considerou o investimento em curso “fundamental para a competitividade futura” da empresa, salientando que, nesta primeira etapa, será possível reduzir o número de “microparagens, que são difíceis de captar ao olho vivo e que, em acumulado, são relevantes”.

Jaime Cardoso afirmou que as melhorias ao nível da produção permitirão facilmente obter crescimentos de 10% ao nível da eficiência global da unidade, tendo Manuel Eanes salientado a expectativa de que, no futuro, o recurso à 5G permita aumentos de 20 a 30% na produtividade industrial.

O administrador da Sumol+Compal afirmou que o objetivo é alargar, progressivamente, o recurso a esta tecnologia às várias linhas da unidade de Almeirim, seguindo-se, numa segunda fase, a fábrica de Pombal e só depois as duas fábricas de águas que a empresa tem em Portugal.

Jaime Cardoso salientou que se trata de uma aplicação “pioneira”, estando em curso o primeiro processo de instalação, com a empresa ainda a “ganhar experiência”.

O plano, disse, é, em cerca de dois anos, dois anos e meio, alcançar a cobertura total, admitindo o alargamento a outras aplicações, nomeadamente na relação com fornecedores e na rede de distribuição e de integração com clientes.

“Estamos num campo do desconhecido”, disse Duarte Pinto, salientando a grande “complementaridade” alcançada com a Nos, a qual permitirá “navegar melhor” em áreas que a empresa domina pouco, “mas que podem alterar substancialmente” a forma como se avalia atualmente a eficiência em fábrica.

“Não estamos a investir numa tecnologia convencional”, mas a “entrar num novo mundo e o caminho dirá onde chegaremos. Certamente muito mais à frente do que se estivéssemos a percorrer o caminho convencional”, declarou.