África deverá registar o maior aumento no número de casos de diabetes no mundo, de 24 milhões em 2021 para 55 milhões em 2045, advertiu esta quinta-feirta a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“A pandemia de Covid-19 acabará por desaparecer, mas espera-se que a África venha a experimentar o maior aumento da incidência de diabetes no mundo nos próximos anos”, disse Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.

Numa declaração, a OMS acrescentou que “África é o continente com o maior número de pessoas que não conhecem o seu estado de diabetes”— cerca de 70%.

A crescente incidência da diabetes tipo 2 — a maioria em África — é atribuída a uma dieta pobre e a estilos de vida cada vez mais sedentários.

Um estudo realizado pela instituição em 13 países africanos revelou também uma mortalidade mais elevada entre os diabéticos, quando estes são infetados pelo novo coronavírus que causa a Covid-19.

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A taxa de mortalidade de doentes com Covid-19 é de 10,2% em doentes diabéticos, em comparação com 2,5% para todos os doentes com Covid-19″, explica a organização.

A OMS deplora as “dificuldades” sentidas por África em dar prioridade à vacinação das pessoas com diabetes, como tem sido feito em vários países.

“O acesso às vacinas continua a ser limitado”, referiu a declaração, revelando que apenas 6,6% da população africana é vacinada, em comparação com uma média global de 40%.

“Nove meses após o início das campanhas de vacinação Covid-19 em África, ainda estamos longe do nosso objetivo de proteger os nossos grupos mais vulneráveis”, disse Moeti, apelando à “intensificação da vacinação (…) para as pessoas de alto risco, incluindo as que sofrem de diabetes”.

A diabetes e as suas complicações (doenças cardiovasculares e renais, amputações dos membros inferiores, entre outras) matam 4,2 milhões de pessoas por ano, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.