Fernando Santos não costuma surpreender e também não o fez após o empate de Portugal na Irlanda sem golos, que é útil para chegar ao Mundial do Qatar 2022, mas que foi alcançado com uma exibição algo pobre da seleção nacional. Sem surpresa mais uma vez, dentro da sua personalidade, Fernando Santos admitiu que o jogo de Portugal não foi o melhor, mas que o resultado é positivo.

“Resultado foi muito importante. Obviamente que queríamos ganhar e não jogámos para empatar, não era isso que queríamos. Mas não podendo ganhar, obviamente que o empate era um resultado que nos interessava. Isso é claro. Neste momento estamos em primeiro e dependemos só de nós no jogo com a Sérvia. Eu queria ganhar, obviamente, mas em termos de classificação, ganhar por dois ou três… claro que era melhor e era o que queria, não estou a dizer o contrário, mas o resultado foi muito positivo”, começou por afirmar o selecionador nacional aos microfones da Sport TV na flash interview.

Admitindo que no “jogo jogado a equipa não conseguiu o padrão de jogo normal”, voltou a referir que a Irlanda “cria sempre muitos problemas, já os criou em Portugal”. “[Irlanda] É uma equipa muito física que estica muito o jogo, pressiona e dá pouco espaço. Tivemos dificuldade no jogo interior e acho que não demos mais de três ou quatro toques em progressão ofensiva. Fomos lentos e depois o nosso guarda-redes batia a bola longa, mas eles são fortes no jogo aéreo e ganhavam a segunda bola. Nunca criaram perigo, mas não ligámos bem o jogo, faltou movimento e ganhar a profundidade porque havia espaço”, acrescentou o treinador.

O selecionador de Portugal explicou ainda que as entradas de Moutinho e Rafael Leão ainda no arranque da segunda parte foi para “tentar colocar a bola no chão e ter posse, porque estes jogos controlam-se com bola, porque no duelo físico e no um contra um é muito mais difícil”. Fernando Santos referiu ainda que a nível defensivo “os jogadores bateram-se bem mas faltou encurtar espaço ao adversário”. “Acho que não conseguimos lidar bem com o jogo. Os jogadores tentaram e a equipa tem capacidade, mas não conseguiram”, admitiu.

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Sobre a expulsão de Pepe e a poupança de quem tinha amarelo, com destaque para os defesas Rúben Dias e João Cancelo, o técnico não quis valorizar: “O futebol é feito disso”. Explicou ainda que não “foi pelos cartões amarelos” que fez poupanças, mas acabou por admitir que não quis colocar Cancelo, Dias e Fonte porque “sabendo de antemão que a Irlanda jogava em passe longo e ia haver muito jogo, muito rapidamente podiam não se esquecer do amarelo e ter demasiada cautela nos lances”. “Os meus jogadores têm muito gabarito e estão habituados, mas…”, disse, frisando: “Eu tinha dois jogos, tinha de analisar as circunstâncias para ambos e e achei, e isto é muito importante, que esta equipa tinha condições para fazer o que estava planeado. Eles tentaram, mas quando temos bola contra estas equipas entramos no jogo deles, dividido e de correria. Escrevi lá no quadro que se entrássemos no jogo deles ia ser difícil para nós”, explicou.

“Acredito nos meus jogadores e estamos numa situação de vantagem. Eles têm uma qualidade enorme e espírito de conquista e sacrifício para levar Portugal ao Mundial no próximo domingo”, finalizou.

Portugal defronta a Sérvia no próximo domingo, no Estádio da Luz, e um empate chega para levar a seleção nacional ao Qatar.