A migração como um direito humano é a premissa da nova exposição temporária realizada pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no Brasil, que será inaugurada à visitação do público a partir do dia 12.

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz, a mostra chamada “Sonhei em português!” tematiza a migração como uma das grandes questões sociais do século XXI, revelando como tal experiência é atravessada pela questão da língua.

A própria sede do museu, localizado na Estação da Luz, no centro de São Paulo, é um tradicional ponto de partida e chegada de migrantes no coração do bairro do Bom Retiro, que também tem todo o seu povoamento baseado na imigração.

Assim, a exposição tem como um dos seus núcleos principais a experiência de imigrantes de várias nacionalidades em São Paulo.

Segundo os organizadores,  o título da mostra vem de um dos depoimentos exibidos e alude ao momento simbólico em que o imigrante concretiza a sua ligação pessoal com a terra que o recebeu.

 As línguas são diferentes porque refletem ideias, valores, conhecimentos e visões do universo também diferentes entre si. Cada língua é uma visão do cosmo, com seus provérbios, suas sonoridades, seus ritmos e sua poética própria. Cada uma delas organiza a seu modo a experiência do mundo”, explicou num comunicado a curadora Isa Grinspum Ferraz.

Logo na entrada da exposição, os visitantes serão recebidos na sala Migrantes do século XXI,  num ambiente que tematiza as pessoas e as línguas em trânsito.

“Por meio de instalações visuais e sonoras, o público terá o impacto de se perceber em um mundo no qual cabem diversos universos, expressos pela variedade de idiomas em uso. A sala tem como destaque uma vitrina em que ‘flutuam’ letras e caracteres de alfabetos de várias línguas, como árabe, coreano, chinês, hebraico e cirílico”, destacaram os organizadores.

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A segunda sala da mostra, chamada “Tanto mar”, será totalmente ocupada pela instalação inédita “Travessia”, criada pelo artista Leandro Lima.

Em seguida, o visitante chegará à sala para esta cidade, dedicada à complexa vivência dos imigrantes que se estabeleceram em São Paulo, a maior metrópole do Brasil que tem uma população de cerca de 12 milhões de habitantes.

Na saída da mostra, na sala “Do Brasil” haverá monitores que apresentam depoimentos de brasileiros que vivem noutros países, como o Japão, a Austrália e os Estados Unidos.

Ao abordar a imigração do século XXI, os organizadores avaliam que a mostra “Sonhei em português!” faz um importante complemento ao que o Museu da Língua Portuguesa apresenta na sua exposição principal, uma abordagem histórica dos fluxos migratórios anteriores na construção do português falado no Brasil.

A exposição temporária conta com patrocínio do Grupo Volvo e apoio do escritório Mattos Filho e fica em cartaz até junho de 2022 no primeiro andar do Museu da Língua Portuguesa, com programação cultural e educativa relacionada aos temas da mostra, ocorrendo periodicamente tanto no museu como na internet.

Reinaugurado no final de julho após ficar fechado desde o final de 2015, resultado de um incêndio, a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa foi uma realização do Governo Federal, do Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Fundação Roberto Marinho.

A EDP Brasil é a maior patrocinadora das obras de reconstrução do Museu  da Língua Portuguesa que contou com apoio também com apoio do Grupo Globo.