Duarte Cordeiro acredita que o PSD pode replicar o acordo dos Açores no panorama nacional caso tenha a oportunidade de governar após as eleições antecipadas.

“Não há nada que nos leve a achar que o PSD não vai reeditar o tipo de entendimentos que fez nos Açores”, afirmou o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares no programa “Lei da Bolha”, da TVI24. Duarte Cordeiro disse até que “o mais certo e o mais provável é que o PSD procure entendimentos políticos com o Chega”.

O socialista considera que o próprio líder do PSD colocou em cima da mesa um possível entendimento com o PS “para tentar escamotear o facto de ter um entendimento com o Chega nos Açores”.

No mesmo sentido, frisou ainda que só com a queda do Governo dos Açores é que o PS teria uma indicação de que os sociais-democratas não estão disponíveis para se sentar à mesa com o partido de André Ventura.

Num balanço das últimas semanas, Duarte Cordeiro assegurou que o PS “não procurou esta crise” e que fez o possível para “evitar que esta crise acontecesse”. “Fomos mais longe do que alguma vez tínhamos ido. E confrontámo-nos com exigências [de BE e PCP] que não tínhamos até agora confrontado”, realçou.

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Agora, insistiu que o partido vai atrás de uma “maioria”, que descreveu como sendo uma “autonomia para governar”, um resultado que permita “que o PS governe com estabilidade”.

“Se não conseguir uma maioria, o PS gostaria de ter um reforço significativo para, negociando com os partidos com que negociou nos últimos seis anos, procurar desbloquear o circunstâncias que impedem a governabilidade”, antecipou o secretário de Estado.

Apesar desse ser o primeiro cenário em cima da mesa para Duarte Cordeiro, referiu que a geringonça “não se esgotou”, mas admitiu que não é preciso que o país se “agarre à figura dos últimos seis anos”. “A partir de agora há novas eleições e não temos de fechar portas.”

Ao deixar a certeza de que “o PS fará, como sempre fez, um diálogo com todos”, Duarte Cordeiro assumiu que “o PS vai sempre procurar uma alternativa política para continuar o governo que tem tido nos últimos seis anos”, sempre com preferência por uma estratégia à esquerda.