Se a economia chinesa tiver um abrandamento maior do que o previsto, “isso certamente teria consequências a nível global“, afirmou Janet Yellen, Secretária do Tesouro da administração Biden, em entrevista à CBS este fim de semana. A responsável garante que os EUA estão a “monitorizar de perto” os riscos na Evergrande e no imobiliário chinês, mas foge à pergunta sobre se acha que as autoridades chinesas vão ou não conseguir gerir o problema.

A questão era sobre a Evergrande, a empresa imobiliária chinesa mais endividada mas, de modo algum, a única que está a sentir a crise do setor. Yellen não referiu o nome da empresa nem reconheceu que uma eventual falência possa causar um “momento Lehman” nas bolsas mundiais, mas reconheceu que este é um problema que “é importante monitorizarmos de forma muito próxima“.

“A China tem um setor imobiliário onde muitas empresas estão sobre-envidividadas. Isso é algo com que as autoridades chinesas estão a tentar lidar”, afirmou Janet Yellen – “estão, certamente, a tentar fazê-lo“, atirou.

O setor imobiliário é um setor importante na economia chinesa, é responsável por cerca de 30% da procura, e se a economia chinesa tiver um abrandamento maior do que o previsto isso poderia, certamente, ter consequências para muitos países que estão ligados à China através do comércio externo”.

Janet Yellen, que no passado recente foi líder da Reserva Federal, acrescentou que a inflação vai continuar elevada até que a pandemia esteja sob controlo. Depois de a inflação nos EUA ter atingido os 6,2% em outubro, intensificou-se o debate em torno dos riscos de subida demasiado rápida dos preços – que é vista por alguns economistas como algo “transitório” mas por outros como algo bem mais duradouro e perigoso.

“Se queremos controlar a inflação, penso que a melhor coisa que podemos fazer é continuar a fazer progressos em relação ao controlo da pandemia”, afirmou Janet Yellen.

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