A política de juros baixos “já perdeu o efeito” e os bancos centrais mundiais precisam de uma nova abordagem para combater a escalada da inflação, defendeu nesta segunda-feira Christian Sewing, presidente-executivo do gigante bancário alemão Deutsche Bank.

Em declarações citadas pela Reuters, durante uma conferência do setor bancário, Sewing recusou a ideia de que as pressões inflacionistas sejam apenas temporárias e defendeu que “a política monetária tem de tomar medidas – e é preferível tomar essas medidas mais cedo do que tarde demais”.

O responsável acrescentou que a “suposta panaceia” que foi a receita aplicada nos últimos anos por bancos como a Reserva Federal e o Banco Central Europeu – juros baixos (ou negativos) em contexto de pressões inflacionistas contidas – já não é uma receita válida para a situação atual.

Os juros baixos ou negativos, que penalizam a margem financeiras dos bancos, “já perderam o efeito e nesta fase estamos a debater-nos com os efeitos colaterais” dessa política, avisou Christian Sewing.

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Presidente do BCE, em Lisboa, diz ser “muito improvável” que haja condições para aumento da taxa de juro em 2022

É “muito improvável” que no próximo ano se reúnam as condições para um aumento das taxas de juro na zona euro em 2022, afirmou Christine Lagarde, presidente do BCE, no seu discurso em Lisboa no início de novembro.

“Um aperto indevido das condições de financiamento não é desejável, numa altura em que o poder de compra já está a ser limitado pelos preços mais elevados na energia e nos combustíveis, e representaria uma dificuldades inapropriada para a retoma”, avisou a responsável.