Um grupo de mulheres australianas que foram submetidas a exames ginecológicos ilegais no aeroporto de Doha (Qatar) processou a companhia aérea Qatar Airways.

Estes exames ocorreram quando as autoridades locais procuravam a mãe de um bebé recém-nascido que foi abandonado numa casa de banho do aeroporto, no final do ano passado.

O advogado Damian Sturzaker, que representa sete das mulheres, divulgou a intenção das suas clientes de mostrar às autoridades do Qatar que “não podem tratar as mulheres desta forma”, e falou do caso: “O grupo de mulheres sofreu enormemente na noite em que isto aconteceu, há pouco mais de um ano, e continuam a sofrer dos efeitos e do trauma, como resultado do que aconteceu”, noticia a agência France-Presse, citada pelo The Guardian.

Segundo o representante legal do grupo, as mulheres querem um pedido de desculpas oficial, uma compensação financeira, e a garantia de que futuras passageiras sejam protegidas de incidentes do género. O primeiro-ministro do Qatar, Khalid Al Thani, pediu desculpa pelo sucedido, e o agente da polícia que supervisionou as buscas foi, alegadamente, condenado pelas autoridades do país. O advogado das mulheres disse, também, que o processo vai ser apresentado na Austrália, contra a autoridade de aviação civil do Qatar, o aeroporto de Hamad, a Qatar Airways e o governo do Qatar nas próximas semanas.

O país do Médio Oriente tem procurado garantir que vai cumprir as promessas feitas em relação aos direitos das mulheres, direitos laborais e à democracia, sem grande sucesso, antes da realização do Mundial de Futebol de 2022 no país.

O grupo de mulheres contou a sua história para avisar futuros passageiros que se desloquem para o Qatar no âmbito do mundial dos perigos que os podem esperar:

“Eles devem estar cientes de que – apesar de se tratar de uma companhia aérea altamente desenvolvida e modernizada, transportadora nacional – estes incidentes aconteceram, e nada impede que não aconteçam outra vez”, disse o advogado das mulheres.

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