A moção do PCP para a suspensão da linha circular do metro foi aprovada na reunião privada da autarquia esta manhã, conforme o Observador tinha avançado. A moção dos comunistas foi alterada por três vezes — sendo a última feita ainda na manhã desta quarta-feira — e recebeu oposição apenas dos socialistas e do Livre que, ainda assim, votaram favoravelmente ao ponto sobre as prioridades da expansão para a rede metro.

Câmara de Lisboa deverá aprovar moção para suspensão da linha circular

A saber: há unanimidade na autarquia para a necessidade de expandir o metro “a Alcântara e à Zona Ocidental de Lisboa; a ligação a Loures, através da Linha Amarela, a ligação a Benfica através da Linha verde, via Telheiras”.

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O Livre absteve-se ainda no ponto que diz respeito à necessidade de uma articulação urgente entre a Governo e a Câmara Municipal de Lisboa, apurou o Observador.

Do lado dos comunistas há “valorização” da postura do Executivo que permitiu a viabilização da proposta e o timing não é inocente. Com o Governo ainda em funções, o PCP marca mais uma posição fazendo-se valer da mudança na configuração da autarquia lisboeta. “O PCP interveio lendo as novas condições que existem no Executivo, interveio no sentido de garantir esta resposta valorizando que tenha sido possível encontrá-la”, apontou João Ferreira ao Observador.

Câmara de Lisboa contra linha circular do metro. João Ferreira “valoriza” posição do executivo de Carlos Moedas

O vereador comunista nota ainda que perante a posição pública que a Câmara Municipal de Lisboa agora assume “seria incompreensível que o Governo pura e simplesmente não tivesse em conta esse posicionamento”.

“Este largo consenso já existia, o Governo decidiu avançar contra tudo e contra todos para a concretização desta linha. A verdade é que se até aqui tinha alguém na Câmara Municipal de Lisboa que sustentou essa determinação do governo a verdade é que a partir de agora há uma mudança qualitativa importante. A própria Câmara Municipal de Lisboa entendeu tomar uma posição pública de exigência ao Governo desta redefinição de prioridades”, apontou o comunista.

Na redação final da moção foi acrescentado ainda um primeiro ponto da moção que dita que a autarquia “manifeste a sua viva oposição à concretização do projeto da Linha Circular”.

Já o ponto que os comunistas tinham inicialmente apresentado para pedir a “suspensão de todo o processo relativo à construção da linha circular, incluindo a instrução ao Metropolitano de Lisboa para não assinar a concessão da obra dos viadutos do Campo Grande”, foi alterado para um mais polido. Aprovou a autarquia “instar o Governo a determinar ao Metropolitano de Lisboa a reavaliação imediata de todo o processo relativo à construção da linha circular”, ainda assim “incluindo a instrução ao Metropolitano de Lisboa para não assinar a consignação da obra dos viadutos do Campo Grande”.