Augusto Santos Silva criticou o regime de Alexander Lukashenko, enfatizando que o Presidente bielorrusso “tem de parar de usar as pessoas como se fossem armas”. O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) assegura que o quinto pacote de sanções da União Europeia (UE) vai aumentar a “pressão sobre o país”, “castigando todos o que participam” neste esquema migratório.

Em declarações à RTP3, o MNE refere que algumas das medidas da UE já estão a surtir efeito: “Várias companhias aéreas deixaram de colaborar com esta manobra”, aludindo ao facto de vários voos estarem a deixar de partir da Síria e do Iraque em direção a Minsk.

“A Europa teve de reagir. Estavam em risco as fronteiras da UE”, afirmou Santos Silva, que diz que foram usados vários instrumentos — todos “não militares” — como as sanções, o contacto diplomático e a intervenção de partes terceiras.

O ministro revela ainda que o regime bielorrusso tem dado alguns sinais de alguma “moderação”, esperando que esse seja o caminho que Lukashenko percorra.

“Nunca perdemos de vista os afegãos que trabalharam connosco”

Questionado sobre as operações de regaste no Afeganistão — chegaram esta terça-feira a Portugal 210 migrantes —, Santos Silva garantiu que foram trazidas todas as pessoas que colaboraram com as forças destacadas portuguesas no Afeganistão sob a condição de que tivessem a documentação em dia e que tivessem chegado a tempo ao aeroporto de Cabul.

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Mais 210 refugiados afegãos chegaram esta terça-feira a Portugal

Relativamente a sete afegãos que permaneceram em Cabul e que já haviam colaborado com Portugal, o MNE garantiu que nunca “os perde de vista”. “Mantemos contactos com eles e procuramos por novas oportunidades para que eles consigam sair.”

Santos Silva também destacou que o que é importante é que Portugal já tenha conseguido acolher 476 afegãos: “Acho que é importante sentir orgulho nisso e não fixar excessivamente naqueles que não conseguiram chegar”.