O presidente do PSD, Rui Rio, considerou esta quarta-feira o programa AUTOvoucher “confuso e burocrático”, defendendo que seria preferível o Estado descer o ISP enquanto os preços dos combustíveis estiverem tão altos.

No final da apresentação de um livro organizado pelo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, que contou com a presença de Manuela Ferreira Leite, Rio foi questionado se concordava com as críticas da antiga ministra das Finanças a programas como o IVAucher, que acusou de incentivar a despesas com bens não essenciais.

“Acompanho, acho que não é eficaz, há burocracia há mais. No caso dos combustíveis, ainda é mais flagrante, ninguém entende nada. Pagamos o imposto e depois o imposto é devolvido num esquema burocrático?”, criticou.

Para o presidente do PSD, seria mais simples o Estado reduzir o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) numa altura em que o preço do petróleo está alto e depois subi-lo, quando o preço do petróleo descer.

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“Para que é que é preciso envolver os contribuintes nesta confusão? Penso que o Governo faz isso para ser tão confuso que os contribuintes acabam por não fazer nada e pagar o imposto”, afirmou.

Questionado se se compromete a reduzir o ISP se o PSD for Governo, Rio foi cauteloso.

Se o PSD for Governo pode contar de certeza com o objetivo de redução da carga fiscal, dos impostos sobre o produto. O mix que vamos usar para reduzir vamos definir no programa eleitoral”, disse.

Rio elogiou o livro esta quarta-feira apresentado sobre reforma fiscal, que reúne contributos de 41 especialistas, considerando que será um “instrumento muito importante para o programa eleitoral” do PSD.

Sobre a presença da antiga líder do PSD — que nas duas últimas diretas do PSD o apoiou, mas nestas disse não querer tornar público o seu voto —, Rio não lhe quis atribuir um significado político ou partidário.

“Esteve aqui na qualidade de antiga ministra das Finanças”, referiu.

Criado como forma de mitigar a subida do preço dos combustíveis, o AUTOvoucher traduz-se no reembolso aos consumidores particulares, via conta bancária, de um apoio de 10 cêntimos por litro de combustível até ao limite de 50 litros mensais.

A antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite criticou esta quarta-feira o programa IVAucher, considerando que foi “uma falta de gosto” incentivar as pessoas a realizar despesas em bens não essenciais numa altura de crise.

Ferreira Leite foi a oradora convidada da apresentação de um livro digital organizado pelo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, intitulado “Reforma Fiscal para o Século XXI”.