O presidente do PSD e recandidato sugeriu esta quarta-feira que Paulo Rangel tem “uma visão próxima de PCP e BE” ao defender uma “subida significativa do Salário Mínimo Nacional” (SMN), contrapondo que o essencial é aumentar o salário médio.

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião de mais de hora e meia com a CIP (Confederação Empresarial de Portugal), Rui Rio defendeu que todos, patrões e políticos, querem que “o SMN suba muito, mas por força da riqueza produzida e não de forma administrativa”.

Questionado se discorda da posição manifestada por Paulo Rangel que, em entrevista ao Expresso, disse apoiar “uma subida significativa do SMN”, embora sem apontar valores, Rio respondeu que “há limites para ir aumentando o SMN meramente do ponto de vista administrativo”.

“Estou farto de o dizer há muitos anos, uma visão dessas é quase próxima do PCP ou do BE”, considerou.

Em contraponto, Rio defendeu que o foco de um futuro Governo tem de ser “pôr o salário médio nacional o mais próximo possível da média europeia e o SMN vem obviamente por arrasto”.

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“Ou seja, nivelar por cima e não nivelar tudo por baixo, o país quer é estar o mais próximo possível da média europeia, já que os salários em Portugal são muito baixos”, frisou.

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Na reunião com a CIP, acrescentou, nem foi discutida a recente proposta do Governo à concertação social para subir o SMN para 705 euros, mas “a questão dos salários de um modo geral”.

“Nós em Portugal temos assistido a que o SMN tem vindo a encostar ao salário médio, porque o mínimo é definido administrativamente e o médio pela economia e pela riqueza que produzimos”, afirmou,

Por isso, defendeu, o foco tem de ser “melhorar a competitividade da economia, para as empresas venderem mais e a melhor preço e pagarem melhor”.

“Não é normal um país em que o SMN começa a encostar ao salário médio, o que pretendemos é que os portugueses ganhem mais, não é administrativamente forçar”, afirmou.

Rio até admitiu que “há momentos em que se justifica” um aumento administrativo dos salários, mas recusou que tal se possa tornar a norma em Portugal.

“Se não, andamos a enganar-nos a nós próprios”, alertou.