Morreu esta quinta-feira o advogado, poeta e ex-bastonário da Ordem dos Advogados (entre 1984 e 1986) António Osório de Castro, aos 88 anos.

Através de uma nota de pesar divulgada no site da Ordem, Luíz Menezes Leitão manifesta “o seu mais profundo pesar” pela morte do colega.” O atual bastonário, juntamente com o Conselho Geral da instituição, apresentam “sentidas condolências à sua família.”

Nascido a 1 de agosto de 1933 e licenciado em direito em 1956, o setubalense Osório de Castro exerceu vários cargos dentro da Ordem dos Advogados, desde vogal do Conselho Distrital de Lisboa, a vice-presidente do Conselho Geral, entre 1978 e 1980.

Entre 1995 e 2002, acrescentou ao vasto leque de cargos que deteve o de diretor da Revista de Direito do Ambiente e Ordenamento do Território, editada pela APDA (Associação Portuguesa para o Direito do Ambiente ), organismo que presidiu em 1994, até 1996.

Além da advocacia, o também poeta destacou-se no mundo literário, publicando, ao longo da sua vida, um total de 8 obras poéticas, sob o nome de António Osório.

Foi premiado pelo seu contributo para o mundo da poesia, tendo recebido o Prémio Literário Município de Lisboa, em 1982; o Prémio P.E.N Clube Português de Poesia, em 1991; assim como o Prémio Autores, em 2010, lê-se ainda no comunicado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em 1980, Osório de Castro foi destacado pelo Governo português para participar na Convenção de Haia e, em 1985, fundou o Instituto Jurídico Franco-Ibérico de Bordéus.

O advogado do sado foi ainda homenageado, em 2004, pela delegação de Setúbal da Ordem dos Advogados, devido ao trabalho desenvolvido como escritor, advogado e bastonário.

Presidente da República evoca “poeta do amor e da família”

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa apresentou esta quinta-feira as condolências à família do advogado e ex-bastonário António Osório de Castro e recordou o poeta que “acreditou na harmonia das coisas e com as coisas”.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou através de uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República que o advogado nasceu “numa família com um invulgar trajeto cultural e cívico” e “pertenceu à geração poética dos anos 50”.

Esteve ligado a revistas como “Anteu” (1954), mas estreou-se em livro apenas em 1972, anunciando uma inflexão de claridade e empatia que teria notórias consequências na poesia dessa década. O título desse livro inicial, “A Raiz Afectuosa”, era aliás todo um programa”, pode ler-se.

“Foi um poeta do amor e da família, da natureza, dos bichos, dos ofícios, minucioso, lírico, em diálogo constante com a poesia italiana, com a sabedoria oriental e com a pintura europeia. Escreveu ensaios, crónicas, memórias, poemas em prosa, aforismos, e dirigiu a revista de escritores juristas ‘Foro das Letras’”, salientou ainda o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu também que António Osório de Castro “acreditou na harmonia das coisas e com as coisas, e na palavra como ‘libertação da peste’”.

Atualizada às 22h38