O presidente do PSD, Rui Rio, considerou esta quinta-feira em Setúbal que “o balanço da governação do PS nos serviços públicos é uma desgraça”, com particular destaque para a situação que se verifica no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“A principal área de falhanço é efetivamente o SNS, que este governo herdou numa dada circunstância e de lá para cá quase tudo piorou”, disse Rui Rio após uma visita ao Hospital de São Bernardo, do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS).

“Experimentem tirar o cartão do cidadão, experimentem meter o papel para a reforma — ainda ontem recebi um mail de uma portuguesa normal a contar a história dela e o drama dela para conseguir obter a reforma a que tem direito”, disse o líder do PSD, a poucas horas do debate de sexta-feira na Assembleia da República, a pedido do PSD, para avaliar o estado do SNS e da sua lei global.

Referindo-se ao CHS, Rui Rio esclareceu que a visita desta quinta-feira foi para se inteirar dos problemas existentes, que disse serem comuns a outras unidades hospitalares um pouco por todo o país, salientando que esses problemas são “estruturais” e que nada têm a ver com a eventual pressão provocada pela Covid-19, que neste momento é praticamente inexistente no hospital de Setúbal.

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 É notório que existe um problema de instalações, existe um problema de subfinanciamento – todos os meses o hospital tem um défice superior a dois milhões de euros, que depois é colmatado com injeções de capital e com prestações suplementares, portanto com um planeamento errado, porque não deve ser assim”, disse.

Para o líder do PSD, a falta de instalações e a situação que encontrou do serviço de urgência do CHS marca qualquer pessoa e constitui uma realidade “chocante”.

“Eu não vou dizer que é degradante, que é uma palavra muito pesada, mas é pelo menos chocante ver que uma pessoa que precise de ir a um hospital, e que calhe de ter de vir a este hospital — e muitos outros há que estão na mesma circunstância —, de repente, se veja ali nos corredores, como aqueles que tive oportunidade de ver, infelizmente, muitas pessoas, a maior parte idosos mas muitos também que não eram idosos”, disse.

“O problema que aqui está é um problema, não de ordem conjuntural por causa da Covid-19, mas um problema estrutural. E, como um problema estrutural que é, carece naturalmente de uma atenção especial e aprofundada”, acrescentou lembrando que, um pouco por todo o país, há muitos médicos a demitirem-se dos cargos dirigentes que ocupam, por falta de condições para exercerem a profissão.