O indicador coincidente para a atividade económica manteve em outubro uma variação homóloga “relativamente estável”, enquanto o indicador coincidente do consumo privado diminuiu, informou esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Em outubro, a taxa de variação homóloga do indicador para a atividade económica foi de 3,8% (-5,6% em outubro de 2020), mantendo-se praticamente estável face aos 3,9% de setembro, enquanto a variação homóloga do indicador para o consumo privado recuou de 6,8% em setembro para 6,5% em outubro (-6,5% em outubro de 2020).

Considerando o trimestre terminado em outubro, as taxas de variação homóloga dos indicadores para a atividade económica e para o consumo privado foram de 3,9% e 6,7%, respetivamente, face aos 3,8% e 6,7%, pela mesma ordem, do trimestre terminado em setembro.

Desde o início do ano, a taxa média de variação do indicador coincidente mensal para a atividade económica é de 1,3%, enquanto a do indicador coincidente mensal para o consumo privado é de 3,7% (no mesmo período de 2020, a taxa média de variação destes indicadores foi de -5,4% e -6,1%, respetivamente).

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Os indicadores coincidentes são indicadores compósitos que procuram captar a evolução subjacente da variação homóloga do respetivo agregado macroeconómico, pelo que não refletem em cada momento a taxa de variação homóloga do respetivo agregado de Contas Nacionais.

Ressalvando que a incorporação de nova informação pode refletir-se mensalmente na revisão dos valores passados dos indicadores coincidentes, o BdP alerta que, “na atual conjuntura, face às variações bruscas e significativas nas séries usadas no cálculo dos indicadores coincidentes, é expectável que se verifiquem revisões mensais nestes indicadores superiores às habituais”.

“Adicionalmente — acrescenta — o perfil alisado subjacente à metodologia de cálculo dos indicadores pode implicar revisões mensais com um sentido que difere ao longo do tempo”.

A próxima divulgação dos indicadores coincidentes do BdP ocorrerá em 16 de dezembro.

Na segunda semana de novembro, o indicador diário de atividade económica (DEI), que retrata em tempo quase real a evolução da economia portuguesa, aponta para uma variação superior à da semana anterior, divulgou também esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP).

O DEI é um indicador lançado recentemente pelo BdP para identificar “mais facilmente” alterações abruptas na atividade económica, mas não constitui uma previsão oficial do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

Divulgado semanalmente à quinta-feira, com informação até ao domingo precedente, o DEI cobre diversas dimensões correlacionadas com a atividade económica em Portugal, sumariando a informação das seguintes variáveis diárias: tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

Conforme explica o BdP, a utilização deste tipo de dados de alta frequência “intensificou-se na sequência da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19”, já que, dado o “curto desfasamento” da sua divulgação face ao período de referência, permitem “identificar atempadamente alterações bruscas na atividade económica”.