Num universo de quase nove milhões de indivíduos com esquema vacinal completo há mais de 14 dias, um total de 66.343 pessoas testou positivo à Covid-19. Em termos percentuais, apenas 0,7% dos inoculados contraíram a doença, de acordo com o relatório Linhas Vermelhas divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral (DGS) em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).

Dentro desses 66.343 casos em vacinados, registaram-se 467 óbitos, dos quais 73,9% em pessoas com mais de 80 anos, lendo-se no relatório que o “risco de morte é 1,5 a 4 vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas sem esquema vacinal completo”. Contudo, durante o mês de outubro, 80% das mortes ocorreram em indivíduos completamente vacinadas. 

Nas hospitalizações, e usando dados de agosto, a DGS e o INSA destacam que o “risco de hospitalização é aproximadamente duas a cinco vezes inferior aos não vacinados”. Simultaneamente, verifica-se um aumento do risco de internamento em inoculados, principalmente nos grupos etários dos 70 aos 79 anos e naqueles que têm mais de 80 anos.

O documento revela também a efetividade das vacinas contra a Covid-19 em população com 30 ou mais anos. Os inoculados rondam os 55% de eficácia a lidar com a infeção sintomática em praticamente todos as faixas etárias, ao passo que — no que concerne aos óbitos —, as percentagens variam, prevenindo 100% das mortes nas pessoas entre os 30 e os 49 anos, mas apenas 77% na faixa etária mais avançada (mais de 80 anos).

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Neste momento, a pandemia apresenta, em Portugal, uma “intensidade moderada, com tendência crescente a nível nacional”. A incidência de infeções por 100 mil habitantes apresenta um padrão “fortemente crescente“. As regiões que mais subiram comparativamente à semana passada foram o Alentejo e o Algarve (ambas com um crescimento de 69 pontos percentuais), enquanto a região Centro e a algarvia apresentam já uma incidência “acima do limiar de 240 casos por 100 mil habitantes”.

“Há uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários. O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo das crianças com menos de 10 anos (298 casos por 100 000 habitantes), que não são elegíveis para vacinação”, lê-se no relatório, que também dá conta que o grupo com mais de 80 anos reporta uma “tendência estável”, eventualmente “fruto de proteção conferida pela cobertura crescente com dose de reforço das vacinas contra a Covid-19”.

Contudo, no grupo etário com mais de 65 anos, a incidência está acima do “valor superior aos 120 casos por 100 mil habitantes”, o que significa uma “gravidade elevada” — sendo que a variação deste indicador “apresentou uma tendência fortemente crescente”.

R(t) sobe em todas as regiões, menos no Centro

Em praticamente todas as regiões, o rácio de transmissibilidade — R(t) — aumentou comparativamente à semana passada. No Alentejo, o indicador está nos 1,29, no Algarve nos 1,25 e no Norte nos 1,20. Apenas na região Centro o R(t) baixou para 1,16.

Relativamente ao número de camas ocupadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), existe uma “tendência estável”, embora se tenha registado — na última semana — um “número crescente de doentes internados”. Em termos médios, 28% das alas em UCI estão ocupadas — à exceção do Centro, cujo nível de alerta se situa nos 62%.

“O grupo etário com maior número de casos de Covid-19 internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos (50 casos neste grupo etário a 17 de novembro), sendo o único grupo etário onde se observa uma tendência crescente a partir das primeiras semanas de outubro”, indica o documento.

A proporção de positividade encontra-se acima do limiar de 4%, estando com “tendência crescente”.