Enquanto o Presidente mexicano, Andrés López Obrador, inicia conversações sobre imigração com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, uma nova caravana de migrantes saiu esta quinta-feira da cidade mexicana de Tapachula.

O novo grupo de migrantes — com cerca de 2.000 pessoas, oriundas da América Central — que segue em direção aos EUA recorda os dois líderes da necessidade urgente de abordar os problemas de migração na região, que López Obrador espera transmitir no seu encontro desta quinta-feira com Biden, em Washington.

Um desses migrantes, Alex Leyva, das Honduras, explicou que está a tentar chegar aos Estados Unidos numa caravana, pela segunda vez, depois de ter desistido de uma primeira tentativa, em outubro, por motivos de saúde, quando agentes de imigração mexicana o enviaram de volta para Tapachula, onde já tinha iniciado o processo de pedido de asilo no México.

O meu país está na pior situação económica, de crime e de fome. Não há educação para as crianças. É por isso que minha mulher e eu decidimos tentar alcançar o nosso objetivo”, de ter uma vida melhor, disse Levya.

Luis García Villagran, do Centro pela Dignidade Humana, disse que os migrantes estão a exigir das autoridades mexicanas documentos que lhes permitam estar em todo o território do país, depois de o Governo mexicano ter definido uma estratégia de conter os migrantes no extremo sul do país, para aliviar a pressão na fronteira com os EUA.

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Contudo, essa região do sul é a mais pobre e há mais oportunidades de encontrar trabalho nos estados do norte do México.

Villagran explicou que mesmo os migrantes que receberam vistos humanitários — autorizando-os a viajar no México — foram detidos por agentes de imigração e enviados de volta para Tapachula.

Os migrantes confinados em Tapachula, perto da fronteira com a Guatemala, estão cada vez mais frustrados com o processamento lento dos seus processos de pedido de asilo, protestando por não conseguirem encontrar trabalho para sustentar as famílias.

As caravanas começaram há vários anos, como uma forma de os migrantes conseguirem atravessar os países da América Central até aos EUA sem ter de pagar aos contrabandistas.

No entanto, mais recentemente, a Guatemala e o México tornaram-se mais agressivos relativamente a esta situação, rejeitando a passagem das caravanas através das suas forças de segurança.

López Obrador apontou a questão da migração na região como uma das suas prioridades para a cimeira de líderes da América do Norte, que decorre em Washington.

O Presidente mexicano pressionou o Governo de Biden a investir na expansão de um programa de plantação de árvores, que permite pagar aos agricultores que plantem certos tipos de árvores, produzindo receitas para que fiquem nas suas terras, em vez de sentirem a necessidade de migrar.