O deputado único da Iniciativa Liberal (IL) no parlamento açoriano revelou esta sexta-feira à Lusa que pretende votar favoravelmente o Orçamento Regional para 2022 se for contemplada uma redução de “15 a 20 milhões de euros” no endividamento da região.

Em declarações à Lusa, Nuno Barata explicou que votará a favor do Orçamento dos Açores se houver uma diminuição daquela ordem de grandeza nos 170 milhões de euros de endividamento previstos na proposta entregue pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) no parlamento açoriano.

A IL tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD e a coligação de direita do governo dos Açores, que representa 26 deputados na Assembleia Legislativa Regional, precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

Em outubro, ainda perante a anteproposta do Orçamento Regional, Nuno Barata anunciou que pretendia votar contra caso não fosse reduzido “o plano e o nível de endividamento” para cerca de metade dos cerca de 300 milhões de euros então inscritos no documento.

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A proposta final do Governo, entregue no parlamento em 2 de novembro, contemplou uma redução de 42% no endividamento, que desceu dos 295 milhões de euros para os 170 milhões de euros, segundo revelou na ocasião o subsecretário regional da Presidência.

A mesma proposta aponta para um Orçamento Regional dos Açores para 2022 de dois mil milhões de euros, 800 milhões dos quais destinados ao investimento.

Nesse dia, o líder da Iniciativa Liberal/Açores considerou que a proposta de Plano e Orçamento Regional para 2022 era uma “boa base” para dialogar, mas não “suficiente” para um voto favorável.

A Direção Nacional do Chega pediu na quarta-feira à estrutura açoriana para retirar o apoio ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), mas, esta sexta-feira, alegando estar em diálogo com o líder André Ventura, o deputado único do partido, José Pacheco, disse que “nada está fechado e tudo pode acontecer” devido às negociações em curso quanto ao Orçamento Regional, que começa a ser debatido no parlamento açoriano na segunda-feira.

A Assembleia Legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de direita — que representa 26 deputados — precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e continuou a contar com o apoio de Carlos Furtado quando este passou a deputado independente, depois de perder a confiança política do líder nacional daquele partido.

PS/Açores anuncia voto contra o Plano e Orçamento da Região para 2022

O parlamento conta ainda com mais 28 deputados, que já manifestaram a intenção de votar contra: 25 deputados do PS, dois do BE e um do PAN.