O número de utentes em lista de espera cirúrgica nos Açores diminuiu em outubro, face ao mês anterior e face ao período homólogo, mas continua acima dos 11.000, segundo um relatório da Direção Regional da Saúde.

“Em outubro de 2021, aguardavam em LIC [Lista de Inscritos para Cirurgia] um total de 11.155 utentes, o que corresponde a um decréscimo de 301 utentes [2,6%] face ao mês anterior. Quando comparados estes dados com os do mesmo mês do ano anterior, verifica-se, igualmente, uma diminuição de 8,8% (menos 1.072 utentes)”, lê-se no documento, divulgado na página da internet da Direção Regional da Saúde.

Segundo o relatório de acompanhamento mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, relativo a outubro de 2021, o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, o maior da região, é o que concentra mais pessoas em lista de espera (7.707), seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.345 utentes, e o Hospital da Horta (HH), com 1.103.

O hospital de Ponta Delgada foi o que registou o maior decréscimo face a setembro, com menos 356 pessoas em espera (4,4%), enquanto o da Horta registou a maior redução de utentes em lista de espera, em comparação com outubro do ano passado: menos 205 (15,7%).

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Por outro lado, o HSEIT foi o único a verificar um aumento de utentes em espera: mais 58 (2,5%) face a setembro e mais 211 (9,9%) face ao período homólogo.

Também o número de propostas cirúrgicas em lista de espera diminuiu em outubro, contabilizando-se 12.753, menos 410 (3,1%) do que em setembro e menos 822 (6,1%) do que em outubro de 2020.

Ortopedia, oftalmologia e cirurgia geral são as três especialidades com maior lista de espera nos Açores, “representando 62,1% do total das propostas cirúrgicas”.

À semelhança do que já tinha acontecido em setembro, as duas especialidades com maior redução de lista de espera, face ao mês anterior, foram otorrinolaringologia (-11,4%) e oftalmologia (-6,25).

a especialidade de cirurgia geral aumentou o número de propostas em espera em 1,3%.

No mês de outubro, entraram para as listas de espera cirúrgicas nos Açores 1.089 novas propostas, mais 16,8% do que no mês anterior, tendo o maior aumento sido registado no hospital da ilha Terceira (31,1%).

No entanto, a produção cirúrgica também aumentou na região nesse mês, com um total de 963 cirurgias realizadas nos três hospitais, mais 19,2% do que em setembro e mais 38,6% do que em outubro de 2020.

Quanto ao número de cancelamentos, foram registados 537 em outubro, menos 45 do que em setembro e mais 151 do que em período homólogo.

O HDES foi o único hospital que registou uma diminuição de cancelamentos face a setembro (-107), mas foi também o que concentrou a maioria dos cancelamentos da região (425), tendo-se verificado mais 160 do que em outubro de 2020.

Em outubro, os utentes inscritos em lista de espera nos Açores “aguardavam, em média, 502 dias para a realização da sua cirurgia” (mais de um ano e quatro meses), mas esse tempo diminuiu face a setembro (-25 dias) e face ao período homólogo (-37 dias).

A redução ocorreu nos três hospitais da região, com o de Ponta Delgada a registar o maior decréscimo em comparação com setembro (25 dias), apesar de continuar com um tempo de espera acima da média regional (566 dias).

Já em relação a outubro de 2020, foi no Hospital da Horta — o que regista o menor tempo de espera (299 dias) — que se verificou a maior descida (-85 dias).

Nos três hospitais, o tempo médio de espera por uma cirurgia está “acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados”, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

Segundo o relatório, dos utentes sujeitos a cirurgia em outubro, menos de metade (42,6%) ainda não tinha esgotado os tempos máximos de resposta garantidos, o que representa um decréscimo de 4,8 pontos percentuais face a setembro (47,4%) e de 14,8 pontos percentuais face a outubro de 2020 (57,4%).

O hospital de Ponta Delgada foi o único a registar uma descida neste indicador (menos 3,3 pontos percentuais), contabilizando 25,3% das cirurgias realizadas dentro do TMRG, cerca de metade do número atingido em outubro do ano passado (51,8%).