O navio Sea-Watch 4, da organização humanitária alemã homónima, resgatou esta segunda-feira 107 migrantes no Mediterrâneo e está a pedir com urgência um porto para desembarcar as 482 pessoas que acolhe neste momento a bordo após várias operações de salvamento.

“Esta manhã, o Sea-Watch 4 resgatou 107 pessoas que estavam a bordo de uma barcaça de madeira que se encontrava em perigo, entre as quais um bebé com um dia de vida”, divulgou a organização não-governamental (ONG) alemã Sea-Watch através das redes sociais.

Temos agora 482 pessoas no navio, que precisam desembarcar num porto seguro o mais rapidamente possível”, acrescentou.

Por outro lado, o veleiro Astral, da ONG espanhola Open Arms, também localizou, no domingo, na mesma área do Mediterrâneo Central, duas embarcações precárias, com 68 e 70 pessoas a bordo, respetivamente.

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A organização conseguiu fornecer-lhes coletes salva-vidas e esperou até que a guarda costeira italiana chegasse ao local e conduzisse estas pessoas para um porto seguro, anunciou a Open Arms também nas redes sociais.

De acordo com a imprensa italiana, durante o dia de domingo, cerca de 350 migrantes salvos pela guarda costeira italiana foram encaminhados para a ilha italiana de Lampedusa.

A rota migratória do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Itália e a Malta.

Apesar dos perigos, as embarcações com migrantes que rumam com destino à Europa continuam a zarpar, sobretudo das costas líbias, e, desde o início do ano, já chegaram a Itália 59.702 pessoas, o que representa um aumento de mais de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a contabilização mostrava a chegada de 32.476 pessoas.

O navio Geo Barents, operado pela organização Médicos sem Fronteiras (MSF), recebeu autorização das autoridades italianas e desembarcou, no sábado, em Messina (Sicília) um total de 186 migrantes resgatados nos últimos dias e também os cadáveres de 10 pessoas que foram encontradas mortas por asfixia no fundo de uma embarcação.

Também se soube no sábado que pelo menos 75 migrantes morreram no naufrágio de uma embarcação que navegava ao largo da costa oeste da Líbia, segundo o relato de 15 sobreviventes, que foram resgatados por um barco pesqueiro e devolvidos àquele país, que não é considerado um porto seguro.