Os Brit Awards vão deixar de dividir os seus prémios por categorias de género a partir do próximo ano. Destacando que a indústria discográfica britânica tem de evoluir, o diretor dos Brit Awards, Tom March, salientou que o objetivo desta medida  “é celebrar os artistas unicamente pelo seu trabalho e pela sua música, e não pela forma como escolhem identificar-se ou como outros possam vê-los”, declarou em comunicado, citado pela Reuters.

Sentimos que este é, absolutamente, o tempo certo para celebrar as proezas dos artistas através da música que criam, e do trabalho que fazem, independentemente do seu género”, prosseguiu.

O cantor Sam Smith, que se identifica como não-binário, já tinha abordado este assunto nas redes sociais em março, admitindo que não se sente representado pelas categorias até agora existentes. Considerando a música como uma forma de “unificação e não de divisão”, o autor de “Stay with me” considerou: “Anseio por um tempo em que as galas de prémios sejam um reflexo da sociedade em que vivemos. Vamos celebrar toda a gente, independentemente do género, da raça, da idade, da habilidade, da sexualidade e da classe social”, escreveu na altura, citado agora pela BBC News.

Esta mudança faz com que, na componente britânica, a cantora Dua Lipa e o rapper J Hus e, na componente internacional, a cantora Billie Eilish e o cantor The Weeknd ficam na história como as últimas celebridades a ganhar o prémio de Melhor Artista Feminina e Melhor Artista Masculino, respetivamente, já que no próximo ano será apenas anunciado o Brit de Melhor Artista, no evento que se vai realizar a 8 de fevereiro na O2 Arena.

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Outra novidade é a introdução dos prémios de artista alternativo/rock, pop/R & B, dança e hip-hop/rap/ grime, que se vão juntar às restantes categorias habituais, tais como álbum do ano e jovem revelação.

Reflexo das mudanças em questões de identidade de género na indústria musical e cinematográfica são, entre outras, os MTV VMA que são “neutros”  desde 2017. “Se hoje estivéssemos a começar os prémios do zero, provavelmente teríamo-lo feito nestes termos”, ressalvou Gennaro Castaldo, porta-voz da indústria fonográfica britânica, citado pela BBC News.