Nas zonas de subducção, onde as placas tectónicas deslizam umas sobre as outras e afundam no manto subjacente (astenosfera), as placas não desaparecem completamente — como se pensava que acontecia –, mas enfraquecem e dobram: é esta a principal conclusão do estudo  do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique e das universidades de Yale e do Texas, recém-publicado na revista Nature.

Os investigadores usaram modelos informáticos 2D de zonas de subducção, programando-os segundo leis da física que explicam, entre outras ocorrências, como é que as rochas se deformam quando sujeitas a determinadas forças. As simulações corresponderam a observações sísmicas profundas e imagens de áreas enfraquecidas de uma zona de subducção no Japão.

Durante a experiência, os investigadores repararam que a placa mergulhou por baixo de outra e dobrou-se abruptamente, quebrando ligeiramente, mas não se partiu. No fim, as pressões deixaram a placa quase intacta, porém mais fraca. Ou seja, as placas não quebram e permanecem a deslizar umas sobre as outras “por muito tempo”, garantiu o autor principal do estudo, Taras Gerya.

Os investigadores também calcularam o que teria acontecido se o interior da Terra fosse 150 graus mais quente, como o era há cerca de mil milhões de anos. Nessas condições, descobriram que a placa quebraria mais depressa na astenosfera, pois não suportaria o próprio peso num manto menos viscoso que a litosfera devido ao aumento do calor. Portanto, ao contrário da subducção moderna, que pode durar centenas de milhões de anos, a subducção naquela época teria terminado rapidamente. Isto significa que pode ter existido uma forma primitiva de placas tectónicas há 3.500 e 2 mil milhões de anos, diferente da que o planeta tem atualmente.

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