Olaf Scholz, vencedor das eleições gerais na Alemanha, avançou esta quarta-feira que o acordo de coligação governamental, trabalhado nas últimas semanas pelos sociais-democratas (SPD), liberais (FDP) e os Verdes, deve ser aprovado pelos três partidos “nos próximos dez dias”.

Oito semanas depois das eleições, realizadas em 26 de setembro, os três partidos com as cores verde, amarela e vermelha, característica que dá o nome à chamada coligação “semáforo”, apresentaram aos jornalistas o acordo oficial de coligação, que deverá ainda ser votado pelas três forças políticas.

Numa conferência de imprensa, o ainda ministro das Finanças e vice-chanceler alemão manifestou a sua confiança na coligação “semáforo” para apontar o caminho certo da Alemanha.

Se o acordo for aprovado, Olaf Scholz, apontado como futuro chanceler alemão, já indicou algumas políticas que serão seguidas. “Queremos ousar fazer mais progressos”, revelou, apontando o aumento do salário mínimo para 12 euros por hora e o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta feita na Alemanha.

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Em relação à política externa, Scholz sublinhou que o novo Governo irá defender uma “Europa soberana”, cultivando as relações com a França e os Estados Unidos.

Ao lado dos líderes das outras forças da coligação, Scholz alertou ainda para os números alarmantes do novo coronavírus na Alemanha, sublinhando que “cada dia que passa há um novo recorde”. E apelou para o cumprimento das medidas mais recentes impostas pelo executivo em funções e a uma maior adesão à vacinação.

Para Robert Habeck, co-líder de Os Verdes, o acordo de coligação alcançado é um documento de “coragem e confiança” em tempos de incerteza, que obrigou a negociações “exaustivas”. A expansão das energias renováveis, para que estas não continuem a ser “um complemento”, mas sim de “interesse público” foi um dos pontos focados na conferência de imprensa.

Também o líder dos liberais, Christian Lindner, o terceiro a falar aos jornalistas, apelou à redução de contactos, “limitando-os ao necessário” para travar a nova vaga da pandemia de Covid-19 que tem afetado duramente a Alemanha. Além da pandemia, acrescentou o chefe do FDP, o novo executivo tem outros desafios que deve enfrentar, como a “descarbonização, a digitalização e o envelhecimento da sociedade”.