Mais de 50 países da Europa e da Ásia Central vão reunir-se a partir desta quarta-feira em Matosinhos para debater a redução do risco de catástrofes e resposta aos impactos crescentes das alterações climáticas e ambientais.

Aquilo que pretendemos com este fórum é trazer à mesa vários peritos, governantes, pessoas responsáveis pelas diferentes agências da Comissão Europeia e Nações Unidas para debater a redução do risco de catástrofe sobre diferentes perspetivas, nomeadamente tentar abordar conhecimentos, partilhar boas práticas e abordagens inovadoras”, disse à agência Lusa a secretária de Estado da Administração Interna.

Patrícia Gaspar avançou que o Fórum Europeu para a Redução de Riscos de Catástrofes (EFDRR, na sigla em inglês) vai definir um conjunto de compromissos com linhas de ação prioritárias para os próximos anos e que deverá orientar a atuação governamental neste domínio.

Segundo a governante, as principais temáticas em análise neste evento vão ser a pandemia de Covid-19 e outros riscos sistémicos que mais afetam a região da Europa e Ásia Central, como as alterações climáticas, o contributo da ciência para uma melhor perceção do risco de catástrofe e sua mitigação, a governança para a redução do risco de catástrofe, infraestruturas resilientes e promoção das plataformas locais para a redução do risco de catástrofe.

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“Vamos focar-nos não tanto na resposta à emergência, mas sobretudo nas fases e nos momentos que estão a montante, ou seja, o que é que nós enquanto país, enquanto organização das Nações Unidas, enquanto Comissão Europeia, podemos fazer para reduzir o risco de catástrofe”, precisou, sublinhando que durante o fórum vai ser dado a conhecer aos outros países o que está a ser feito em Portugal em matéria de prevenção, nomeadamente a Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva.

A secretária de Estado disse que este fórum acontece em Portugal numa “altura crítica” e em “momentos difíceis”, não só devido à pandemia, como também pelos acontecimentos que ocorreram na Europa este ano, nomeadamente incêndios florestais e cheias repentinas que mataram dezenas de pessoas na Alemanha e na Bélgica.

Patrícia Gaspar alertou para o aumento do número de catástrofes na Europa, sendo muitas delas potenciadas pelas alterações climáticas.

É preciso garantir que vamos fazer a diferença entre ter países pior ou melhor preparados para reagir a este tipo de situações. Este é um trabalho de maior urgência e acho que ainda estamos a tempo de melhorar e corrigir uma série de situações”, disse.

A edição de 2021 do EFDRR é organizada pelo Governo português e pelo Gabinete das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Catástrofes, em parceria com a Comissão Europeia e com o Conselho da Europa.